Sejam bem-vindos ao episódio 301 do Mangá², o podcast semanal de mangás mais des-descontruído do mundo
Neste programa, Judeu Ateu, Estranho e Izzo (Dentro da Chaminé) depois de 8 anos revisitam um tema aparentemente eterno no consumo de arte no mundo pós-moderno: a desconstrução. Afinal, o que é e como é usado esse termo? Ainda há algum valor em falar de desconstrução artística? Ou é só um termo barato pra “aquilo que eu gosto”? … quer saber, vou falar que esse foi um episódio bem melhor do que eu estava esperando, a gente não tem exatamente o conhecimento acadêmico pra falar com propriedade sobre arte, mas a gente consume muito quadrinho e a gente entende como as pessoas consomem e falam sobre quadrinhos, nem que seja só por causa desses anos todos conversando sobre. Então, há alguma perspectiva nova aqui, talvez sobre como a semântica social da desconstrução pode ser entendida.
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Cronologia do episódio
(00:20) Publicação Serializada
(51:00) Recomendação da Semana – Akane-banashi
AoQuadrado² 
Essa questão da popularidade influenciar como um mangá é visto como desconstrução só serve mais pra discussão do publico abrangente porque por exemplo, citando o chainsaw man, quem só leu naruto, bleach, One piece, Kimetsu no Yaiba se ver o chainsaw man pode pensar que é um mangá que ta quebrando convenção do battle shonen mas quando se põe em comparação que existem vários mangás com essa estilo vinda do devilman de meio humano meio demônio, violência, o pior da humanidade etc tipo attack on titan ou claymore, percebe-se que existe uma linhagem desse tipo de historia e dentro dessa linhagem o chainsaw man não ta tentando ser uma desconstrução, mas pra quem só viu o que é mais popular esse tipo de historia pode parecer uma desconstrução by default.
A melhor desconstrução em mangá é o Pluto do Naoki Urasawa porque já tem o gabarito do que ele ta desconstruindo: É quase como um exercício mesmo, de “desmontar” cada elemento das historias de aventura do Astro Boy (esse é de uma historia especifica que nunca li, astro boy parei no vol 2) e reconstruir no prisma de um suspense político Internacional levando mais a serio os elementos sci-fi. Inclusive é bem parecido com o Miracleman do Alan Moore que ele faz bem delineado de pegar um personagem copia do superman/shazam e ir ponto a ponto trazendo pro mundo real, ai depois o Alan Moore refaz com um pouco mais de refinamento esse conceito no Doutor Manhatthan de se o superman é o alienígena mais humano de todos o Dr Manhattan é o humano mais alienígena de todos, no final se separando por completo da humanidade. O que ojudeuateu comentou do All Star superman ser uma reconstrução é justamente por causa do Alan Moore que nos anos 90 todo mundo tentou copiar watchmen desvirtuando, quebrando ou matando os personagens clássicos mas só pegaram a superfície e tentaram replicar e All Star Superman é uma resposta a isso (É o meu quadrinho favorito inclusive).
Essa fixação que especialmente a comunidade otaku br tem com HxH ser uma desconstrução é culpa do corno do Alexandre Esteves que fica repetindo isso pra tudo que ele acha bom. A maioria dos argumentos sobre isso ta no video dele de HxH, aquele comentário da desconstrução da genei ryodan andando de metrô já virou meme até.
Sobre o questionamento do Estranho de se outros gêneros tem tanta discussão sobre desconstrução é bom lembrar que o western (faroeste ) é o gênero do cinema que nos últimos 50-60 anos esta completamente obcecado em desconstruir sua própria mítica, é um gênero todo construido em cima da fundação da america pela destruição dos povos nativos e acho que desde os anos 50 caiu a ficha que não dava mais pra fazer a historia clássica do caubói bom e índio mal então desde os anos 60 todo Western que sai tenta ser o Western pra acabar com todos os Western.
No mínimo tem um Neon Genesis Evangelion do faroeste por década:
O homem que matou o fascinara; Era uma vez no Oeste; Josey Wales; Os imperdoáveis e O Assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford (que é meu filme favorito diga-se de passagem).
a desconstrução está poderosíssima!!!!
Na época de madoka ouvia muita as pessoas comentando sobre desconstrução, mas hoje em dia parece que desconstrução é qualquer coisa que saia um pouquinho do cliche