Re:En² – Gen Pés Descalços Vol. 1-3

Sejam bem-vindos ao Re:En², o podcast mensal de mangás mais histórico do mundo.


Neste programa, Judeu AteuEstranhoLuki, BoxaIzzo (Dentro da Chaminé) começam mais uma série de análises de volumes, desta vez falando do um clássico. Uma obra de absurda importância artística, histórica e política, mas que devido a sua densidade de conteúdo e tom, é comum ser abandona depois de poucos volumes, é isso, vamos falar de Gen Pés Descalços

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5 comentários

  1. Só uma coisa sobre a aparição do Einstein no mangá: em 1939 o Einstein mandou uma carta pro governo dos Estados Unidos pedindo pra eles colocarem mais fundos nos estudos de fissão nuclear, porque os nazistas estavam investigando a possibilidade de usar essa energia pra bombas e ele não queria que os Estados Unidos ficassem muito atrás nesse setor. No mesmo mês o Roosevelt criou o comitê que eventualmente viraria o Projeto Manhattan, e a partir daí deu no que deu. O Einstein nunca fez parte do projeto em si, e acho que muito dele aparecer no mangá é porque ele é *o* físico icônico minimamente envolvido, mas não chega a ser totalmente injusto (tanto que ele próprio parece ter se arrependido de mandar essa carta).

  2. Eu li o excelentíssimo “Showa: A History of Japan”, do Shigeru Mizuki, há relativamente pouco tempo e nesse mangá, o Mizuki vai contando toda a história da Era Showa alternando entre duas perspectivas: uma mais “documentário”, contando detalhadamente vários eventos sociopolíticos que aconteceram desde os anos 20 até ali no finalzinho dos anos 80 e, a história da perspectiva pessoal da vida dele, de quando ele serviu no exército japonês, foi mandado pra Papua Nova Guiné e essas coisas que ele conta no “Marcha para a Morte” que saiu aqui faz um tempinho.

    Esse mangá cobre uns mais de 60 anos de história do Japão do século XX e pelo menos metade dele é justamente sobre a guerra, que já precedia a Segunda Guerra Mundial, desde ali a época dos conflitos sino-japoneses, a ocupação da Coreia e até tudo isso desembocar no Japão se juntando ao Eixo pra lutar na Segunda Guerra Mundial. Quando chega a parte de abordar isso, o Mizuki usa a seguinte frase:

    “O Japão foi o último país a embarcar no bonde do fascismo, mas determinado a compensar pelo tempo perdido”

    e no quadro seguinte ele narra que o Japão assinou o Pacto Tripartite com a Alemanha e a Itália.

    Eu já tinha lido Gen nessa época e tinha ficado bem claro que o país tava uma bosta pra população, então essa leitura do mangá do Mizuki acabou sendo um complemento enorme porque deu pra ver (mais ainda do que antes) que o problema que a população vivia nessa época era algo que já durava algumas décadas e provavelmente estava na sua pior fase nesse momento. Gen é uma leitura bem necessária porque ver a perspectiva do cidadão comum é um soco no estômago atrás do outro e talvez seja um dos quadrinhos que melhor faz isso. É um bagulho muito surreal.

    Acho que a coisa que vocês comentaram de ser meio que um terror que “esconde o monstro” tem o efeito qe tem por a gente saber que isso foi uma história real (dadas as devidas liberdades poéticas aqui e ali, talvez) e ainda mais contada por alguém que viu isso de perto. Acho que deve ser um dos mangás que mais marcou das coisas que eu li, é um troço absurdo demais de bom e ouvir o programa deu até vontade de revisitar de novo, mesmo sabendo que o que vou ver lá é……… complicado.

  3. Enquanto eu lia o 1 volume, mto dessa história de sofrer esse “preconceito” por ir contra o senso comum, me lembrou em alguns aspectos o conto do Philip K. Dick chamado “Foster, você ja morreu” e ele meio q entra de encontro o medo (que era pra ser geral) do que o Judeu falou sobre as bombas atômicas. A história conta sobre um mundo em que esse medo é real e nele as familias são “coagidas” a comprar um abrigo para se protegerem dos ataques. O pai do protagonista se recusa a fazer isso, e por ai continua a história. No conto usam o termo AntiP referindo-se ao Foster e sua familia.
    Obviamente a forma que Gen trata é mais densa e algo mais real, mas achei legal o paralelo com o conto

  4. Difícil acreditar que isso foi publicado na shonen jump, eu sempre imaginei que o mangá já começasse com a bomba atômica caindo, mas fiquei surpreso em ver nesse primeiro volume como a coisa já estava ruim antes da bomba

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