
Neste programa, Judeu Ateu e Estranho fazem o vigésimo nono episódio de seu podcast clássico, o Quadrinho ao Quadrado, um programa cujo objetivo é analisar quadrinhos nacionais. Desta vez, uma análise sobre espaço, duvidas, escolhas e niilismo: Entrespaço, de Daniel Sousa Próximo Quadrinho ao Quadrado: Cesariana, de Lucas Marques Contato: contato@aoquadra.do Feed | iTunes Download (CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E ESCOLHA A OPÇÃO “SALVAR DESTINO COMO…” OU “SALVAR LINK COMO…”) Quadrinhos que recomendamos na Amazon
A metáfora é boa, mas não acho que ela faz muito sentido na história de Astronauta, parece muito de alguém que sonha em ser Astronauta criando a história, mas não é muito crível as atitudes do personagem, tipo usar o monólogo pra explicar o quão difícil foi chegar lá, e não enxergo esse peso pra tomar a decisão, tipo no pensamento frio, pra saber que vai morrer em sei lá 1 hora, e como esse cara no processo todo ele não sabia que as missões são uma “merda” que você vai ser só uma ferramenta, com todas suas 15 páginas de lattes e etc, e ele não sabe como funciona as missões.
Nossa tava escrevendo o primeiro comentário antes de terminar o episódio, como primeiro quadrinho a arte já está é muito agradável, é o ponto mais forte pra dizer a verdade, gostei no geral, concordo com a insanidade da ideia em si, pode ter sido intencional do autor, talvez faz até mais justificável o personagem não ter prevido antes, que o que ele queria mesmo era ficar no espaço
Eu gostei da narrativa introspectiva e como a simplicidade da arte funciona, até entendo o ponto de vista da mensagem (que é um bom paralelo a quem ama trabalhar com arte mas sofre dificuldades)
Porém, do ponto de vista in-lore de alguém que escolheu ser um astronauta, planejou isso a vida toda, parece um tanto birrento da parte dele.
Digo, há um orçamento extraordinário e investimento em pesquisas (que podem ser importantíssimas aliás) pra levar alguém altamente treinado até a lua, tudo calculado cuidadosamente (combustível, pessoal, cálculos de rota e pouso, oxigênio, etc) para propósitos científicos – porque em nossa época ainda não é muito prático passeios turísticos pela lua – e ele aceita tudo, vai até a lua e dá o foda-se pra tudo, até pra parceiros de trabalho que não vimos?
Me parece um tanto egoísta dele ignorar os esforços de TODO mundo nessa missão, só porque ele achava (na infância) que ser astronauta é tão simples quanto dizer “quero dar um passeio pra lua, me deem a tecnologia pra isso” e a Nasa responde “claro!”.
A mensagem é interessante, mas o personagem e a atitude dele me pareceu uma sacanagem maior do que “quebrarem” o sonho dele, que na verdade não quebraram, é mais que é impossível expor pra uma criança o quão complicado é tirar um humano do planeta então mostram só a parte mágica que é estar vestido num traje em gravidade zero (que de fato deve ser bem mágico).
é bem a perspectiva que eu tive, a mensagem é boa, mas o fato de ser sobre um “astronauta” é algo que me incomoda por todas variáveis inclusas, outro exemplo é tipo nos esportes de equipe sempre surge uma estrela de time, mas pra essa estrela brilhar precisa de todo um suporte de todo o time e inclusive da estrutura que suporta esse time, e ter esse pensamento do personagem egoísta, mesmo que ele mande o HD de volta pra terra, é no mínimo questionável, tipo você não ta jogando sozinho cara
Acho que foi a intenção ele ser caracterizado assim, é até interessante como o final fecha o arco dele, se encaixou muito bem.
Mas como ele é o único personagem se expressando, acaba sendo um rant sem contraponto, simpatizo com o sentimento dele mas também sinto raiva do escárnio que ele deu a todas as outras pessoas, como se elas não importassem ou compartilhassem do sentimento dele em algum nível.
Entendo que adicionar outro personagem podia tirar o sentimento de isolamento e introspecção no espaço, no entanto.