Sejam bem-vindos ao episódio 220 do Mangá², o podcast semanal de mangás que obviamente odeia Bakuman e não vê nada nesse mangá digno de salvar, inclusive o Luki e o Leonardo concordam com isso .
Neste programa, Judeu Ateu, Estranho, Leonardo e Luki fazem a segunda instância do quadro JULGAMENTO, colocando em teste a duvidosa qualidade de Bakuman. Afinal de contas, por que todo mundo que está certo fala que Bakuman piorou tanto? Existe algo na obra que é digno pra salvar no inferno? Descobra agora!
Contato
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Cronologia do episódio
(00:20) Tribunal: O Povo contra One Piece
(1:20:30) Leitura de Emails
(1:30:30) Recomendação da Semana – Asterios Polyp
Download (CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E ESCOLHA A OPÇÃO “SALVAR DESTINO COMO…” OU “SALVAR LINK COMO…”)
Depois eu elaboro mais, mas em resumo: Shirobako é o Bakuman que deu certo.
Ok, Bakuman realmente empolga no começo e admito que ele me fez persistir em aprimorar meu próprio traço como desenhista. Eu realmente acho a ideia dele original também mas… Putz, esse mangá vai ser bem lembrado só por ser o pioneiro nessa ideia, que o resto realmente tem problemas e isso mesmo na parte que eu parei, que aparentemente ele ainda tava bom.
Se fosse pra citar dois aspectos negativos que levaram a obra muito pra baixo pra mim foram:
1-O treco endossa DEMAIS ideias que são difíceis de concordar. A maioria das pessoas enfatiza o machismo, mas é uma parte de um pacote completo. O protagonista ficando doente e se matando (literalmente) pra continuar o mangá foi o ápice e pelo que eu lembro droppei um tempo depois dali. Gente se matando por sonho na Jump tem aos montes, mas isso num cenário profissional, da própria revista, é complemente irresponsável. Descobrir a “esnobação” de mangás pro público mais otaku depois também me fez ficar um pé atrás pra uma pulga atrás da orelha pra voltar com a obra, porque nunca considerei Bakuman mangá com moral pra esse tipo de crítica. E O PIOR foi pegar rancor desse troço justamente por ver gente usando-o pra validar o ponto na hora de dizer que a indústria tá morrendo.
2-Cansa depois de um tempo. Se me perguntassem pra traçar o plot de Bakuman da parte que eu li acho que não ia conseguir, tem muito solto no ar ou coisa que parece mais um empecilho pro plot andar que outra coisa. Fora que tem uns personagens bons, mas não acho que eles eram o suficiente pra série continuar quando os dois MCs não eram assim tão aprofundados ou carismáticos.
Ainda assim, espero que um dia alguém faça um mangá melhor que Bakuman sobre fazer mangás, no mesmo mote mas com menos tom de propaganda e talvez um pouco mais sério sem parecer tanto autobiográfico.
Se vocês fizerem um enquadro pode me chamar, dá pra fazer no esquema que fiz com Kyojin e beber umas pra terminar esse treco.
Eu li bakuman em 2015, depois de comprar a versão da JBC que saiu aqui. Queria ler bakuman exatamente por ser um mangá sobre mangás, e na época não sabia que a segunda parte do mangá gerava tanto hate.
Pelo que lembro da leitura, existem dois problemas que me incomodaram muito. O primeiro é a progressão de tempo, que é praticamente imperceptível; não dá nem de longe a impressão de que se passaram 10 anos, e sim que passou 1 ou 2. A culpa por isso é principalmente da arte, que não passa essa sensação, provavelmente por preguiça do obata.
O segundo é aquele relacionamento amoroso ridículo do takagi com a azuki. É tão ridículo e irreal que não passa no filtro da suspensão de descrença. É só bobo. quando li o último volume fiquei muito puto pelo ohba ter tido a coragem de fazer esse relacionamento dar certo (mesmo sendo óbvio que isso fosse acontecer)
Tem várias outras coisas ruins no mangá, como o maluco do cachorro, os arcos do nanamine, a parte em que o takagi fica internado (que, além de ruim, é um exemplo de irresponsabilidade) etc., mas acho, que no fim, bakuman ainda passa. Raspando, mas passa. Não é um mangá completamente caído. As partes boas são realmente boas… não acho que seja só nostalgia, como disse o judeu. A jornada deles, nos primeiro 10, 12 volumes é bastante interessante de se acompanhar. Também é muito interessante os bastidores da jump que o mangá mostra. Os últimos 6 ou 7 volumes são beeeeem meia boca, mas no fim acho que dá pra absolver bakuman com ressalvas. Embora esteja longe do meu top 10, não é um mangá que eu tenha me arrependido de ler.
E sobre a percepção do mangá, acredito que, no futuro, ele ainda será lembrado por ter desvendado o universo da jump pro público.
Acho que por mais o quanto eu discorde desse argumento, ainda acho que ninguem deveria se lembrar ou recomendar Bakuman, e não é só por que o final é ruim, mas sim por que 40% do manga é ruim, não foi um deslize tolo de final, que nem a maioria dos mangás (Principalmente Battle Shonens),tem, a maioria dos mangás tem um final ruim/mediocre ou até decepcionante, mas isso não desmerece algum mangá.
O fato de ser uma parte tão grande, que dura tanto tempo, e que insiste nos próprios erros, demonstra uma incapacidade do Ohba como mangaká em desenvolver o próprio enredo, que ja tinha sido mostrada em certos momentos de Death Note, foi explicitada em Bakuman, e confirmada em Platina End.
Principalmente pelo fato de Platina End existir e ser o que é agora, é mais uma confirmação de que ninguém deveria se lembrar de bakuman, por mais que tenha partes boas.
E eu acho que não faz muito sentido falar que Bakuman vai ser lembrado mais pra frente como mangá cult, ou lembrado por desbravar novos temas e metalinguagem na Jump, Bakuman não acabou a 15 anos atrás, Bakuman acabou a 5 anos atras, e quase ninguem hoje em dia se lembra de Bakuman, ou comenta sobre, pricipalmente no âmbito Mainstream, que deveria ser mais perceptivo por causa do anime, e do anime não ser tão ruim quanto o mangá, Bakuman foi apagado da mente da maioria das pessoas, se você perguntar se conhece ou leu/assistiu Bakuman, provavelmente vão dizer que conhecem, talvez vão falar que leram, mas assim como vão lembrar de outros Shonens medíocres da jump, Reborn,Sket Dance,Black Cat, etc.. E todos esses mangás tem partes especificas boas, (Alguns mangás com partes boas menores), eu acho que vocês botarem num pedestal tão grande essa importância de Bakuman como abrangir novos horizontes na jump bobagem, Death Note fez MUITO mais isso do que Bakuman, e ninguem se lembra de Death Note por ser um seinen que saiu na Jump, as pessoas se lembram de Death note por ele ser um BOM mangá, eu acho que isso é um pouco de vocês supervalorizando por causa de nostalgia, mal ai.
Eu tolero Reborn mais do que a maioria das pessoas sensatas, mas chega a ser ofensivo colocar ele na mesma categoria de Sket Dance, que é provavelmente uma das cinco melhores coisas que saiu na Shonen Jump no século 21.
E, com isso, meu interesse em ler Bakuman é enterrado de vez. Até pensava em dar uma chance, mas depois de ler o texto sobre o Nanamine e esse cast…Aiai
Honestamente, eu não quero mais me decepcionar como aconteceu durante a leitura de Toriko (e olha que eu ainda cheguei no cap 200). É uma pena que Bakuman tenha tantos erros…
*Paralelo a isso, Medium Slowpoke Report: “Opus”, de Satoshi Kon*
Primeiramente, esse mangá tem a metalinguagem que eu realmente queria ver numa história. Apesar de ser curto, o mangá consegue explanar diversos temas sobre a produção de mangás e de ficção, no geral. Essa abordagem é realizada de uma forma muito ciente das dificuldades de ser um mangaka, enquanto um desenhista, roteirista e bitch da editora.
Além disso, o traço bate muito bem com o tema da história. Os momentos em que há um detalhamento menor, por exemplo, acabam tendo uma surpreendente relevância temática, no decorrer dos capítulos. Além disso, há umas “experimentações visuais” que ajudam muito a exaltar os momentos em que o real e a ficção se mesclam (e entram em conflito) na obra.
A única coisa que acaba sendo meio problemática é a parte da imersão na história. Ironicamente, você vê uma história de ‘um mangaka entrando na história que ele mesmo criou’, mas você, o leitor da história, não consegue fazer o mesmo. Os dilemas em que os personagens vão lidando não são desenvolvidos o bastante para fazer com que você consiga se identificar. Você pode até compreender esses dilemas, e refletir sobre eles por alguns minutos, mas acho difícil que você pare a leitura e diga:
“nossa, eu sou muito Nagai, cara!”
Para alguém que se importa bastante com isso, tal detalhe pode tirar uns bons pontinhos.
Mas esse é um aspecto mais “sentimental”. Se você se propor a tentar destrinchar os temas e a forma em que a narrativa de Opus se desenvolve, acredito que você conseguirá apreciar a obra de uma forma bem especial. A metalinguagem presente nesses capítulos é muito grande, ao ponto de ser quase impossível definir o que era e o que não era intenção autoral. Como diria um um certo gênio, eu acho que esse mangá tem uns “trava-hypes” kkkkkkk
(Slowpoke report do Volume 1).
E, dando mais uma chance ao gosto dos hosts, comprei Maus e Retalhos. Ansioso pela leitura.
E, a propósito, eu terminei Opus após ter comprado o volume 2, e tudo o que eu disse sobre os trava hypes não apenas se confirmaram, como deram uma camada ao mangá que você só percebe lá nos 45 do segundo tempo.
Se você gosta de metalinguagem, e quer ver isso num mangá, você vai gostar muito de Opus. Ou, ao menos, irá reconhecer o valor da obra.
Valeu a pena ter comprado.
Sempre tive uma curiosidade de ler Bakuman, desde que assisti a primeira temporada do anime (que eu curti mas não a ponto de ir atrás da segunda), acho que depois desse cast vou tirar de vez da minha listinha.
A má representação de mulheres era um defeito notável já no trecho que tinha visto, que pena que isso perdurou até o fim do mangá.
A parte que sempre torci um nariz era o romance, parecia deslocado de todo o resto da obra e mal-escrito, quem faz uma promessa de namoro de algo extremamente difícil pra alguém que você nunca interagiu? e a outra pessoa concordar e os dois levarem isso a sério? sempre pareceu muito forçado, parece que quem escreveu isso nunca interagiu com ninguém na vida.
Tinha curiosidade de ler pra aprender mais sobre o processo de produção de mangás, mas pelo que vocês falaram, nem pra isso Bakuman serve muito.
Enfim, já que o assunto é mangás sobre mangakás, você já leram Reiraku do Inio Asano? Terminou recentemente e parece bastante um mangá sobre ele mesmo e maneira como ele vê a indústria, pelo pouco que sei dele. Como é um dos autores favoritinhos do Mangá², queria saber o que vocês acharam.
Ótimo programa ^^ !!
Eu comecei a ler bakuman quando o manga estreou na jump mais pelo fato de ser dos mesmos autores de death note do que pela premissa em si, e no começo o mangá era muito bom, ficava ansioso toda semana esperando o capitulo, ate que apareceu a porra do menino do cachorro e dai pra frente foi só sofrimento, não odeio o nanamini como todo mundo pra min o personagem traz questionamentos importantes sobre como funciona a industria de mangás e o que deveria ser mudado, infelizmente só fica nisso e não vai pra frente não aprofunda o que acaba tornando o nanamine apenas um vilãozinho de merda, e de fato o anime é melhor que o mangá por cortar varias coisas inulteis que tem no mangá alem de dar uma melhoradinha naquela merda de capitulo final, que a meu ver chega a ser uma falta de respeito com o leitor que se dedicou a acompanhar a obra durante vários anos
Slowpoke Report: Her
Eu também não tenho palavras pra descrever o que eu achei desse filme. E, depois de ouvir o segunda potência, eu continuo indeciso. Mas sei que gostei muito, no geral. Apesar de ter alguns elementos que eu realmente não consegui me identificar muito, essa foi a história que retratou relacionamentos da forma mais madura que eu consigo imaginar. E o lance que vocês comentaram sobre o filme ser muito sutil, ao invés de insultar a inteligência com o óbvio, acaba tornando o filme ainda mais interessante.
O que mais me agradou no filme era a forma em que o enredo se desenvolvia, por conseguir introduzir momentos muito diferentes entre si, mas com um perfeito equilíbrio entre a gradatividade da vida e a aleatoriedade da mesma. Isso contribui para manter o interesse do expectador e, ao mesmo tempo, ir surpreendendo com o passar dos minutos.
Para um filme que conta a história de um personagem, não há nada melhor do que a sensação de ver como ele vai mudando ao longo do tempo. E são mudanças factíveis, muito mais sinceras e identificáveis que as tais “evoluções de personagens”.
Her é uma pintura realista da vida, pincelada com muito amor, carinho, dedicação e responsabilidade.
Eu nem ouvi o programa ainda, mas eu queria jogar uma idéia sobre o podcast de quadrinhos nacionais. Eu acho o nome Quadrinho² meio “não original” uma vez que já existe o Mangá² e não é tão sonoro também. Ai eu lembrei o Mangatologia, o falecido blog do estranho e o grupo que infelizmente não rolou do facebook, foi quando o nome Quadrinologia me veio e eu achei um nome legal e um jeito melhor de honrar o falecido Mangatologia. Enfim, só uma ideia.
Só mais um adendo… Por quê se limitar à uma região quadrinistica por podcast? Falem logo de qualquer tipo de gibi. Até a Nintendo percebeu que trava de região não é uma boa ideia kkk.
O nome será por extenso desta vez, sendo provavelmente Quadrinho ao Quadrado.
E a “trava de região” é porque sentimos que se fala muito pouco de obras nacionais de forma geral, e na hora que a gente abre pra outros países, falamos menos de nacionais, caindo no mesmo lugar comum dos outros produtores de conteúdo.
O que eu costumo ver das pessoas falando sobre Bakuman hoje em dia é só uma recomendação por que ele fala sobre mangakás, e não recomendando por causa de suas qualidaded. Talvez seja uma bolha social minha, mas é o que eu costumo ver.
Uma coisa que esqueci de falar mas que me irritava muito na época é a legião de entendedores de mangá que bakuman criou, desenhistas nacionais de mangá sofreram muito com isso na época tendo que ouvir criticas sem fundamentos tirada de bakuman, alem do fato da molecada que acreditava que tava pronta pra ir pro japão publicar na jump porque leu bakuman
Slowpoke Report: 1/11 e ReLife.
Eu converso com o Luki um bocado, e, depois de alguma insistência, ele me convenceu a ler dois dos mangás que recomendou no programa, e tenho que admitir que os dois são bastante bons.
1/11 é super interessante como um mangá de esportes “descentralizado”, com cada capítulo explorando a relação de personagens bem distintos com o esporte, desde um jogador de grande talento rumo ao estrelato a uma garota do clube de teatro que acaba interagindo com jogadores de futebol num momento importante. O mangá consegue mostrar o que é o esporte não só pelos olhos de um protagonista ou um time de grande qualidade, mas por todos os tipos de pessoas que interagem com o esporte na sociedade. É o tipo de coisa que eu queria muito que fosse menos incomum. Enorme pena que as scans estão paradas meio longe do final, mas é episódico o bastante para ler o que tem disponível sem problema.
ReLife está para a ideia “ter uma chance de refazer a adolescência seria um negócio muito legal” mais ou menos como Mousou Telepathy está para a ideia “ler mentes seria um negócio muito legal”: as duas obras levam a sério esses conceitos e descobrem um mundo de sentimentos complexos que surgem a partir deles. Além disso, ReLife tem um controle impressionante da arte (os momentos cartunescos desse mangá são extremamente bem-feitos) e um dos romances mais envolventes que eu já vi na mídia. Recomendo fortemente.
2020 e eu resolvi ler Bakuman e vim aqui para ouvir o podcast quando acabei. Eu estava mais ou menos muito feliz, tirando o Miura (que achei um bosta), até chegar o cap 120. Aí degringolou pra mim, que é justo o capitulo no Nanamine. Já achei bosta ele no primeiro arco, e depois ele ainda volta, que tristeza. Eu gostei das discussões sobre mangá ser arte ou não, por que é uma coisa que ainda é dita por gente que não conhece e tem preconceito com quadrinhos. Fiquei puta com a volta do Nakai de um jeito tão escroto, eu estava esperando pela redenção dele ou que ele só ficasse lá na casa da mãe dele mesmo. E achei o mangá legal pra refletir sobre o processo de produção e como existe a pressão por esticar as obras até ficar uma bosta. Achei ridículo Pcp não ganhar anime, pela lógica que existe muito anime merda (e com tema ‘errado’) por aí e Pcp seria um ótimo anime. Os diálogos deles como amigos são bem bacanas. E o final, acho que só foi pra mostrar a evolução da Azuky na profissão dela e criticar os fãs escrotos mesmo. E o último capitulo realmente deixou a desejar, podia ter fechado direitinho. O que eu acho engraçado é que no mangá eles explicam bem como um shonen funciona e aí dá pra perceber que o próprio mangá cai na armadilha do shonen de que tem que ter o inimigo, o vilão e aí cai na porcaria do Nananime. Uma coisa que me aconteceu foi ter vontade de reler outras obras enquanto lia Bakuman, tipo todo dragon ball, todo one piece. Eu fui lendo e quando chegou na parte ruim comecei a reclamar no twitter, mas agora que acabou eu ainda indicaria pra outras pessoas a leitura, acho que toda obra tem algum ponto que não agrada mesmo. Ótimo programa, sempre fico caçando episódios antigos de vocês para ouvir. Obrigada pelo trabalho duro.