Sejam bem-vindos ao primeiro episódio do Re:En², o podcast mensal de mangás que é pura confissão.
Neste programa, Judeu Ateu, Estranho, Leonardo Souza, Boxa e Luki começam o projeto mensal de analisar 4 volumes de um mangá, começando com One Piece.
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Muito maneiro o cast, galera.
Sobre o Flashback do Zoro, acho que o anime lidou muito melhor com ele, expandido e colocando em forma de “filler”. Por pior que seja ele só ser colocado num episodio randômico entre arcos eu prefiro isso a algo jogado no meio de uma ação que não tem ligação alguma com o que é contado e nem faz diferença pra construir o personagem ali na hora. Ficou parecendo revista do Homem Aranha dos anos 70 em que ele lembrava sua origem durante qualquer edição aleatória…
Só reforçando o argumento de que o arco do Usopp é o conto do menino que gritava lobo, o nome do personagem vem da mistura de Aesop, que o nome do menino do conto, e “Uso” que significa “mentira”.
O fato desse arco ser uma releitura nem me incomoda tanto, embora sim, seja enrolado e previsível, porque eu não sei se esse conto é exatamente popular e conhecido no Japão e recontar histórias é comum e um experimento bacana. Ele poderia ter sido mais original e quebrado a expectativa de alguma forma, mas vamos ver que isso não é exatamente a forma que o Oda dança.
Discordo de você ao dizer que o Flashback do Zoro não tem ligação com a cena que ele estava, ele serve para explicar a motivação do Zoro tanto o seu desejo de sobreviver a todo custo como a de aceitar se juntar ao Luffy. É como ele fala ” Como Demonio ou como Santo meu nome sera reconhecido em todo mundo ” o Flashback contextualiza o porque dele ter um desejo tão grande de ser reconhecido mas concordo que no anime ficou melhor até porque eles expandiram bastante e tornaram ele mais completo( Uma pena que eles cortaram o funeral da Kuina e fizeram varios fans acreditarem que ela esta viva mas fazer o que ninguem é perfeito)
Gostei muito do podcast, li 130 capítulos do mangá e percebi como alguns mangás com poucos volumes passam a sentação de uma história gigantesca, enquanto a maioria dos Battle shonens se passam 100 capítulos e parece que você leu 15, alguns nada acontece por exemplo eu decidi assistir dragon ball super porque eu fiquei louco, e NADA acontece em um episódio parece que se passaram só 3 min e é assim com varios Mangás e Animes , isso poderia até virar tema de podcast.
Mas tem alguns que fazem bom uso disso exemplo: Spirit Circle eu lí tudo em 2 dias não sei dizer a sensação de ler mensalmente, mas eu tenho a impressão de ter lido pouco e muita coisa aconteceu diferente de outros.
Acho que é questão do que se considera como completude de uma obra. Tipo, por mais coisa que aconteça em capítulos de OP, estruturalmente dá pra perceber que ainda tem MUITA coisa pra acontecer dali pra frente. Isso passa a sensação de que aconteceu pouco, mesmo quando na verdade aconteceu muito. Só que 90% do que aconteceu é construção para estabelecer um fato, um personagem, um conceito. Não algo que vai ser levado muito mais pra frente. Cada detalhe pode ser importante a curto prazo (pro conflito atual) porém irrelevante a longo prazo (conflito principal). Isso acontece em basicamente qualquer história longa. Se pegar os acontecimentos de Game of Trones, ok, aconteceu muita coisa, mas parando pra pensar que são 5 calhamaços gigantescos de papel com letra miúda ainda por cima, não parece que foi tanto. A questão é como se constrói a estrutura geral pra dar a sensação do que a história engloba e ainda irá englobar ou não.
Não sei se vão incluir comentários desse episódio nos e-mails, então considerando que não fazem do segunda potência e decidiram fazer deste um programa separado ao invés de um quadro, vou considerar que será igual. Acabar comentando aqui.
O Estranhow foi basicamente a minha voz nesse programa. Eu entendo os defeitos citados do Judeu e do Leonardo, mas eles a sentem 10 vezes mais, realmente incomoda algo que pra mim acaba sendo só um detalhe.
Sobre o lance do Zoro, eu acho que o Oda no caso dele já estabeleceu subjetivamente que ele tem uma capacidade de recuperação sobre-humana de tantas vezes que isso já aconteceu, é tão jogado na nossa cara que não consigo pensar como um lapso, mas como uma característica dele. Sobre o risco que se perde, eu meio que concordo e discordo. Infelizmente é conhecido que em OP ninguém morre a não ser em flashback e em casos especiais, porém, talvez seja eu, mas nunca entendi o porque isso seria um problema na maioria das histórias de ação. Na maioria já sabemos que ninguém ali vai morrer ou se machucar seriamente fora casos específicos, então o engajamento na luta é muito mais pela narrativa da batalha e da história do que pelas consequências dos personagens. Eu entendo “racionalmente” (por assim dizer) o porque isso não funciona bem pra algumas pessoas, mas como pra mim isso sempre foi tão ok eu não vejo problemas quando o autor quer ir por esse caminho, que eu acredito que 90% dos shonens de luta o fazem.
Claro que existem níveis que não podemos ignorar. O próprio OP já ultrapassou o aceitável nesse aspecto mais de uma vez, nos fazendo achar muito claramente que um personagem iria morrer ou se fuder por ferimentos… e nem. Mas nos vários momentos em que fez de maneira menor, realmente não me incomodou. Eu compreendo o que o Leonardo quis dizer com pegar a parte legal da violência e ignorar a problemática, mas isso é relativo a que objetivo você quer contar com aquela história. Se ele quer focar nisso porque é nisso que a história apela, eu não vejo problema. O problema seria como o Boxa disse, estabelecer uma coisa e dizer outra.
Sobre os designs, eu concordo com praticamente tudo que foi dito. A única coisa que posso dizer é que simplesmente adoro tudo no Kuro. Eu sei que o arco com ele não é grandes coisas, mas ele eu acho muito legal. Tanto o design quanto o estilo. Talvez por ele destoar de todos os outros vilões de OP nessa fase e sua simplicidade. Acho realmente ótimo a escolha, pra mim ele me dá uma sensação de perigo muito maior assim do que os outros vilões da parte East Blue (tirando o Arlong por outros motivos).Eu acho que poderia já ficar melhor cortando pra 1 volume esse arco, três capítulos seria pequeno demais para o estabelecimento de um personagem importante depois de um arco maior anteriormente. Cortava tudo dos gatos para apenas um capítulo e parte daquele negócio do Ussop com as mentiras da vida, simplificando um pouco o plano e pronto.
Se tem uma coisa que gosto nessa fase East Blue de OP é exatamente esse senso de aventura e pirataria que infelizmente aos poucos vai diminuindo com o avançar na história. Na Grand Line acho que é bem balanceado com o avanço na complexidade da história. Já na Red Line, alguém percebeu que virou basicamente uma briga de gangues? Embora isso deva ser muito mais próxima dos piratas da vida real e faça sentido no que foi estabelecido no universo, sinto muito falta do Oda falando sobre esses temas.
Falando em temas, percebem que todos os arcos nesse East Blue se relacionam no contraste de personagens com algum aspecto da liberdade (mensagem que a obra passa) e/ou do próprio Luffy?
No Morrigan temos a opressão da liberdade, algo que é basicamente a idéia de pirataria que o Oda nos apresenta (e também começa a cabe da marinha como opressor disso junto com o governo mundial em problemas de escala muito maior mais pra frente).
No Buggy temos o uso da liberdade de forma “errada”, enquanto ele a utiliza da maneira de pirata do nosso mundo, para prejudicar e ganhar vantagem sobre os outros, a história contrasta ele com o Luffy que é a pirataria idealizada da obra, um meio de liberdade que auxilia os outros (que é basicamente o que o bando faz durante toda a obra).
No Kuro é a comodidade. Alguém que preferiu criar uma zona de conforto pra si ao invés de abraçar novos desafios que a vida de pirata busca, espelhando o Luffy que é o chamado da aventura por si.
Don Krieg busca o poder por meios externos, armaduras, poder de fogo, uma grande tripulação, o exagero, a extravagância. Isso versus a simplicidade e força de vontade e “do coração” do grupo principal.
Arlong é mais complexo, mas acredito que esse seja a relação com os companheiros. Claro, todos os anteriores tinham isso, mas não era a questão principal, era só um adendo pra reforçar “olha, é filho da puta mesmo!”. no Arlong embora não veja tanta diferença nisso com ele, como é um arco mais focado nas relações (da Nami com sua família e da Nami com o bando), e ainda com a famosa frase do Luffy na luta final, acredito que do lado dos protagonistas acaba reforçando isso.
Falo porque depois acredito que esse tipo de relação se perdeu um pouco, ainda resta traços disso em Alabasta, mas a partir de Skypeia toma outro rumo. Ainda mantém isso no Barba Negra, felizmente, mas tirando isso cada vez mais as relações de idéias vão se tornando mais vazias.
1- Reenquadrado ficou um nome muito bom (embora a abreviação Re:En² ficou estranha).
2- Mangastruação é um nome tão incrivelmente e absurdamente ruim que tem que ser dado para alguma coisa.
3- O início do podcast com as apresentações foram surpreendentes. Muito mesmo.
4- Foi muito diferente do que imaginava mas foi legal e reler e ouvir vocês foi ótimo.
Curiosidade: tive uma discussão longa com um amigo por email sobre One Piece e anos depois ao encontra-lo tivemos outra mas nossos pontos de vista mudaram e eu concordava com o que ele falava anteriormente e ele a mesma coisa.
Eu conheci one peac pelo mangá da conrad,no caso um amigo me deu os dois primeiros volumes, e achei uma bela merda, muitos anos depois me senti na obrigação de ler one peac pra comentar semanalmente com o pessoal.
relendo esses 4 volumes, vejo como o oda é enrolado, se fosse outro autor no volume 5 já estariam subindo a cachoeira, nesse começo o unico personagem que curti foi o zoro, mais pelo visual já que nesse começo o personagem é bem raso, ainda mais com esse flash back mal colocado.
E infelizmente logo nesse inicio temos a coisa que mais odeio em one peac, luta de capanga que não importa, nem lembrava mais da erxistencia dos irmãos gatos, de tão irrelevantes que eles são.
Bom o cast,mas achei o estranho bem fanboy.
Sinceramente, achei o Estranhow um bom mediador, em contrapartida, o Leonardo pareceu muito hater em dizer que tudo chegava a ser um problema, até nas coisas mais triviais.
Brasilia DF, 22 anos, estudante de psicologia.
Eu lembrei de quando eu comecei a ler mangás, principalmente devido a CDZ, porém com one piece sempre foi o meu favorito dos Shonen, conheci ele por meio de Naruto e os scans Project, que a galera fazia devido a historia continuar no mangá e ter que esperar o anime, ai li do inicio sem conhecer o anime que ainda não tinha começado no brasil, ai fui daqueles que discutia que one piece era melhor que naruto kkkk, Ah , quando comecei a ver o anime de One Piece ele já estava com 400 e muito cap, e muitos filmes e coloquei para baixar um torrent com todos eles e deu 72gb e minha internet baixava tão devagar que demorou uns 3 meses para baixar tudo, e ainda eu ia passando por cds para um amigo meu e maratonava todo dia o anime, acho que essa foi a obra que marcou minha adolescência.
Fato: A vila Syrup é sim o arco mais fraco em toda saga do East Blue…
A primeira coisa a endereçar são as subversões que existem com a narrativa do menino que gritava lobo… a primeira e mais óbvia é de que o menino que gritava lobo morreu, sozinho e desacreditado. Enquanto o Usopp não só sobreviveu, mas achou gente que acreditou nele e que o defendeu e defendeu o que ele achava importante. Uma outra subversão interessante é que findado todo o conflito ele decidiu manter a mentira e manter todos na vila ignorantes do batalha deixando entendido que meninos que gritam lobo existem aos montes e de que é só você que escolhe no que quer acreditar ou não…
A vila genérica que vive em paz e se dá ao luxo de ser indolente e cotidiana neste mundo em que piratas podem mesmo surgir sem mais nem menos (lembremos que eles estão a poucos dias de viagem de uma vila que a pouco foi arrasada pela passagem do terrível palhaço Buggy) tem no mínimo dois papéis importantes para narrativa:
1 – Como perspectiva e contraste para o bando do Luffy, gente que conhecia o rapaz a anos e falhou em perceber o tom de exaspero dele quando ele disse a verdade… e um bando de estranhos que acreditou e lutou junto com ele… 2 – Também oferece comparação para a relação do Usopp e do Kuro que com 3 anos de preparação comprou a boa vontade dos seus moradores sendo o mordomo (arquétipo de humilde, aprumado e rigorosamente educado) paciente, gente boa e acima de tudo confiável… em contraste com o moleque que que mente, provavelmente privado de boa educação, vivia de bicos e cuja meta de vida era ser um pirata… Supomos que a opinião geral do Yasopp como alguém que abandonou a esposa não é das melhores também…
A sumula aqui seria que o arco da vila Syrup é a primeira tentativa do Oda-sensei de uma narrativa mais alongada e com níveis de sucessos variados; Digo isso porque eu tenho esta hipótese de estimação que o a ideia do Klahador como o completo vilão que é o capitão Kuro foi segurado até o onde podia ser feito… Eu particularmente acredito que a linha foi cruzada quando ele desarmou a Kaya com o seu último ato de bom e velho Alfred (esses que você sempre vê na revista do Batman) e diz na cara dela o quanto aqueles três anos foram insuportáveis[1]… Baseio tudo isto nesta linha perdida em que ele tem que assegurar para o Django durante a revisão do plano de que os pais da Kaya padeceram de meios naturais… A única linha que não encaixa com nada no arco inteiro…
Até mais ver
mr. Poneis
[1] A grande maioria considera que o momento em que ele é definido como vilão é quando ele destrói os óculos novos e ataca o Merry, mas como sabemos este sobreviveu…
Outros são mais diretos e acreditam que a revelação ocorreu quando ele foi flagrado discutindo o plano com o Django mas eu sempre gostei de pensar que sensei tinha esta parte como um ás na manga e que a relação com a Kaya podia ter mesmo mudado o Kuro em Klahador… de que algo mais poderia ter sido engendrado ali…
O que provavelmente envolveria tornar o hipnotista favorito de muitos leitores em um vilão mais ameaçador com todas as implicações desafortunadas que estariam atreladas a isso… Mas o ritmo de uma narrativa extendida provavelmente entediou os leitores e o arco precisou ser abreviado com a resposta mais fácil de que o mordomo sem dúvidas era o vilão… O Gomu Gomu no Kane foi um finisher bastante piedoso se você me perguntar… Eu ousaria dizer que se eles não tivessem ficado sem tempo daria para ter tirado mais leite dessa pedra…
Vocês martelam o quanto o leitor semanal de One Piece sofreu durante a publicação deste arco mas se vocês olharem para nós leitores hoje em 2020 qualquer um concluiria a mesa coisa: que Oda-sensei conquistou o direito de levar o tempo que quiser para contar a sua historia como bem entende e que hoje todo mundo lendo é um pouquinho mais masoquista…
[2] Alguns detlhes pouco relevante mas que ainda assim eu preciso mencionar: único detalhe relevante a construção de mundo neste arco é como as ações de Kuro e Django criaram o Morgan…
[3] O porque do detalhe egípcio no queixo do Django é porque na cabeça do sensei egípcios e gatos são equivalentes diretos e isso tornava o Django devidamente tematizado com os piratas do gato preto…
[4] Outra comparação que eu acredito ser válida entre Usopp e Klahador seria a mesma de um Davi e Golias e a subversão de que o Davi sozinho não era nem um pouco suficiente para vencer…