Sejam bem vindo ao episódio Hells Angels do Mangá², o podcast semanal de mangás que não sente pressão para ser publicado por nenhum editor.
Neste programa, Judeu Ateu e Estranho discutem sobre o comportamento psico-social que envolve escrever um mangá, sobre ser um mangaka.
O que leva alguém a começar a escrever quadrinhos? Vale a pena? E obras que são extendidas desnecessariamente, o que leva um autor a publicar uma obra que não lhe interessa? Isso tudo e ainda mais aventuras pelo obsucro mundo dos managkas, neste agridoce episódio do Mangá².
E nesta semana a recomendação foi de um mangá sobre vampiros com excelente arte.
Contato
Sugestões de pauta, sugestões de leitura, dúvidas, elogios, críticas, Recomendação do Ouvinte em áudio, qualquer coisa! O email para contato é: contato@aoquadra.do
Cronologia do episódio
(00:17) Discussão Semanal – Profissão Mangaka
(27:00) Leitura de Emails
(45:25) Recomendação do Ouvinte – Shiki
Download (CLIQUE COM O BOTÃO DIREITO DO MOUSE E ESCOLHA A OPÇÃO “SALVAR DESTINO COMO…” OU “SALVAR LINK COMO…”)
Muito bom o tema!
Eu desenho História em Quadrinhos (webcomics), e me identifiquei com muita coisa. Primeiramente que no meio de desenhistas de “fanzines”, é extremamente comum ouvir “Vou publicar no Japão”, sendo que realmente o mercado japonês é extremamente competitivo.
Aqui no Brasil eu tenho observado um crescimento nos quadrinhos, principalmente em webcomics.
Mesmo assim, por mais que meu maior objetivo seja desenhar, ainda tenho um pé atrás. Motivo pelo qual trabalho e estudo, deixando o desenho infelizmente em terceiro plano.
Pra finalizar,
Não fui eu que recomendei Boku wa Mari no Naka, mas terei de concordar que o autor aborda o tema de uma forma diferente… ou pelo menos ele tenta fazer a situação mais próxima da realidade, já que o feijão com arroz é Gender Bender + comédia, enquanto essa série é Gender Bender + Drama com ausência de Comédia. Como curiosidade, a série é do mesmo autor de Aku no Hana (se isso é algo bom ou não, fica a critério do leitor, hehe). Não estou dizendo que gosto da série… pro meu gosto pelo menos acho que tem drama demais.
Fora que, estão correndo teorias (SE VOCÊS CONSIDERAM TEORIAS COMO SPOILERS, RECOMENDO NÃO LER)
de que a série seja um falso Gender Bender, onde a tal “troca de corpo” seja na verdade uma invenção criada pela cabeça da Mari onde ela pensa que é outra pessoa. Pelo andamento da história acho isso muito provavel aliás.
Gostei bastante do “Mangá² #81– Profissão Mangaka”, muito bom o podcast. Eu sempre quis fazer um mangá desde que conheci o formato quando criança, desde então venho tentando. Hoje eu “publico” meu quadrinho no meu blog (http://cronpirata.com/), acredito que o meu forte é a história e todo o resto é fraco, mas o que não me faz desistir é o amor pela coisa. Não há outro caminho, pelo menos até hoje não existe. É claro que eu quero viver de quadrinho, mas essa é uma realidade quase que paralela e a verdade é q ela não existe e não há nenhuma prova ou fato de que algum dia ela vá existir. Por isso pode ter certeza de qual for o cara que faz mangá/quadrinho, ele ama aquilo q faz, mesmo que hoje ele continue a desenhar naruto com a barriga por que dá dinheiro, pode apostar q um dia ele amou fazer aquilo, e ele já deve ter outro amor por ai, q pode não ser mais o naruto kkkkkk Se você não ama o que faz, não vai durar muito tempo e fazer uma história pq o editor quer assim eu acredito até q dá para levar, mas de novo o cara vai cortar isso uma hora e partir para outra. O dinheiro deve ser o segundo fator que movimenta o cara a desenhar (o dia que eu ganhar dinheiro com isso eu conto para vcs hahaha). Eu trabalho e muitas vezes não faço o que gosto, mas faço mesmo assim pq as contas estão aqui para eu pagar.
Outra coisa é o trabalho q dá para fazer o quadrinho, não sei outras pessoas, mas a história vem fácil, agora o desenho, poxa vida! Passar para o papel demora muito, por mais que eu me esforce nunca sai aquela beleza. Só aquele ritmo de trabalho autor de Nurarihyon no Mago para ter lançamento semanal e sair aquela beleza a arte, mesmo ele tendo assistentes. Quando eu faço rápido demora 3 meses para eu lançar um capítulo. Então tem q amar muito para tudo fazer sentindo. hahah
rib dei uma olhada na sua historia achei bacana desejo que tenha boa sorte com ela
no meu caso tenho uma historia pronta ,mas como voce disse o complicado é por no papel ,e tambem tem a questão da periodicidade se o tempo de lançam,ento de um capitulo e outro demorar muito o leitor simplesmente perde o interesse ,principalmente no dia de hoje com o pessoa acostumado a ler mangás semanais e querer tudo rapidinho
Obrigada Rafael! Colocar no papel é realmente o principal e primeiro desafio, eu sei bem o que vc está falando, é complicado segurar o leitor com a concorrência. Mas não dá nem para considerar os mangás como meus concorrentes pq o nível é outra coisa hahahaha
Como todo mundo, também tinha minhas hqs quando criança até a 7º série fazia minhas historias. Um chupada de cavaleiros, mas as armaduras e as batalhas eram interplanetárias. E algumas de lutas chupadas de Mortal Kombat.
Acho que no Brasil o autor tem um pouco mais de força, seja de qual linha literária for, pois eles são muitos unidos em termo de lutar por uma causa ou ir contra ações de editoras.
Acho que muita gente foca em ser mangáka no Brasil, claro, quem não quer ter uma obra publicada, quem não quer ser autor? Mas vejo que pouca gente foca em tentar estudar e trabalhar na área editorial de hqs.
Depois que desisti da TI, me foquei em trabalhar com quadrinhos, mangás ou games.
Fiz meu Tcc focado nas adaptação literária para o mangá na faculdade de tradução, comecei o japonês e já tenho meus projetos tentando uma pós ou mestrado no trabalho de revisão nos quadrinhos e nos aspectos e peculiaridades da legendagem nos games.
E tento me especializar para trabalhar nos editoriais não são de mangá, mas de quadrinho no geral. Bom já consegui entrar na área, mas ainda estou na área educacional dos livros didáticos hausauhs.
Nobuhiro Watsuki é um autor bom apenas, mesmo Samurai X é muito super valorizado, na minha opinião. Eu gosto muito da série, acho que é uma sacada ótima trazer um dos momentos mais legais da história do japão para os mangás de forma popular.
Mais o Character Design é bem fraco no geral, a maioria MUITO baseada nos personagens de Hq e games, como ele mesmo assume nos freetalks. No geral a obra é boa, com alguns personagens carismáticos.
Ainda comentando sobre algo do último podcast, sobre a tradução do sotaque da Chichi e do Rei Cutelo para o “caipires” eu entendo e até apoio.
No caso o sotaque dos personagens é algo importante na formação dele, pois no caso da Chichi,por exemplo, afinal esse é o grande motivo dela ser muito ingênua, ter a personalidade forte e ser uma guerreira, principalmente quando ela é criança, que ela participa do torneio de artes marciais e de algumas lutas.
Você não pode ignorar algo tão marcante no personagem, como não é possível traduzir ou imitar o sotaque regional japonês você tem que trazer pra nossa realidade a marca de oralidade do caipira geral, sem o sotaque de um ou outro estado necessariamente.
Ese caipira do ocê está ligado a nossa cultura desde o Mazaropi, então o leitor vai identificar essa característica do personagem sem necessariamente ligar ela a algum regionalismo.
Slowpoke Report
Já comprei Vinlandsaga e já correndo com a coleção de Hikaru no Go, estou gostando bastante. Ele é aquela obra que parece q não acontece nada de mais, porém te deixa preso e curioso com o desenrolar da história.
Só a lombada da versão da JBC poderia ter sido intercalada de preto e branco por edição.
Eu me incomodei com a tradução do sotaque caipiresca em DB, mas acredito que isso seja culpa de ter visto o anime na TV, e na versão TV a Chichi falava normal.
Simplesmente não consigo tirar isso da cabeça, mas acredito que tu tenha razão.
viver de quadrinhos é algo dificil de se fazer independente do pais, mas muitos tem essa ilusão de que no japão iam se dar bem e tal,mas não é todo autor que é um echiro oda
tem muito mangaka que trabalha pra revistas pequenas e ganha uma merreca que mal da pra pagar o custo do material que ele vai usar pra fazer o mangá
uma vez peguei uma lista de todos os autores que passaram pela shonen jump na decada de oitenta haviam muitos nomes desconhecidos ,resolvi pegar um desses nomes aleatorios e dar um pesquisada descobri que o tal autor publicou na shonen jump um one shot que depois virou serie e foi cancelado em menos de 20 capitulos e depois disso nunca mais conseguiu ser publicado e hoje trabalha como entregador de pizza
Nossa isso é de dar vontade de pular de um prédio. É cruel a realidade japonesa e a nossa tb. Eu espero que no Brasil isso seja diferente, que no futuro tenha espaço para todo mundo sem que seja necessário essa prostituição do profissional. Espero q pelo menos como entregador de pizza ele consiga viver melhor e seja mais feliz.
Gostei mto desse episódio,era um dos temas q eu mais esperava q vcs abordassem,já q sou desses “aspirantes a mangaka” entusiastas q leram Bakuman e acham q sabem de alguma coisa,huehuehue…
Mas fiquei meio decepcionado,pois achei q vcs chamariam algum convidado q fosse autor de mangás para participar…O Fábio Sakuda ou até o Max,autor do Tools Challenge.Mas msm assim foi uma boa discussão.
Hum… huuuum… qual a ideia com esse podcast?
Ficou muito ruim, sinceramente. Vocês nem pareciam saber ao certo do que estavam falando. Não consigo pensar em coisa alguma pra defender uma opinião contraria. Pelo menos pra mim não acrescentou em nada, me desculpe.
Opinião sincera, já discordei e já critiquei de vocês antes, mas aqui realmente não consigo nem pensar no que dizer. Não entendi nada. O que aconteceu? Espero que pelo menos tenham se divertido fazendo esse podcast. Não sei se é preciso dizer, mas quando não quiserem ou não puderem fazer um programa, acho que não tem problema pular uma semana.
Nem ia escrever um comentário, só que pensando bem, acho que a essas alturas não preciso ter medo de dizer o que penso, até porque não é como se isso fosse grande coisa mesmo. Enfim, ansioso pelo manga enquadrado do Abara. Continuem se esforçando!
Se você não entendeu a ideia do podcast (que nem é algo elaborado inclusive, igual todas as outras semanas), então não tem muito o que conversarmos. Opiniões, às vezes você não vai gostar mesmo, acontece. Talvez tenha mais gente que concorde com você, mas por ora não se manifestaram; por outro lado, tivemos manifestações positivas, de pessoas que talvez olharam o que fizemos pelo prisma correto. Não sei, nada é absoluto, afinal.
Mas sim, gostei de gravar, nunca tivemos uma semana que gravamos forçados. Não sei nem o que te fez ter essa impressão, uma vez que não temos ganho algum com nada. No dia que parar de ser divertido, paramos o podcast, pode ficar tranquilo.
Sim sim, entendo. Li os outros comentários, provavelmente alguma questão pessoal, quem sabe. Espero que tenha ficado claro que minha intenção não foi ofensiva nem nada do tipo, mas ainda não gostei, e ainda não pude deixar de me manifestar quanto a isso. Enfim, como você disse, opiniões.
Sobre o que vocês perguntaram na leitura de email.
Eu tenho 17 anos e no terceiro ano. Mas é realmente o que vocês disseram, eu não consegui me identificar com os acontecimentos da obra, acho por que eu não passei por aquilo ainda.
Tá pertinho. Releia Solanin ano que vem! Garanto que verá com outros olhos!
Olá!
Parabéns a mais um cast (#RumoAo100)!
Sobre o tema; Um fator que torna os mangas únicos – frente a outras obras – é o fato de que eles são obras pessoais, pseudo biografias dos seus mangákas, algo muito semelhante aos livros e totalmente oposto as HQs americanas. Sou muito mais favorável a esse tipo de mídia/arte personificada como o autor, e isso pode ser expandido para além dos mangás e hq’s, como no caso de séries, onde enquanto algumas são construídas como um emaranhado de pequenas contribuições artísticas, doados por cada membro, outras são notavelmente construções de um único criador (como no caso de Braking Bad com Vince Gillan e Sons of Anarchy de Kurt Sutter, onde apesar de alguns outros roteristas e produtores essas séries acbam se tornando obras únicas).
Um mangá slice of live que li a algum tempo e retrata a vida de mangakas é #Mangaka-san to Assistant-san, mas não prossegui na leitura, afinal não abordava as questões práticas da vida de um mangaká e sim harem.
Alguma sugestão?
Abraços do KING!
Há sempre uma porcentagem de influencia por parte do autor em suas obras, mesmo que mínima, mas há. E isso não é exclusivo dos mangakás, mas dos artistas como um todo. No caso dos japas, o editor está sempre ali do lado. O Cell de DBZ não seria tão galã na versão do Toiryama, mas o editor chorou e ele mudou. Mangás são serializados, nunca o autor tem 100% de liberdade.
Mas e incontestável que em mangás e obras “outsider” essa influência é muito maior, se não é completa (é obvio que existem mangás cujo objetivo é comercial e nesse caso outros setores da equipe são considerados – mas mesmos nesses casos a influência do séquito restante é muito menor do que no mercado mainstream de hq’s).
Imagine a dc é os 52; ali existe um calhamaço de produtores executivos, desenhistas, roteiristas e diretores… e nesse ponto a diretoria executiva toma mais decisões que qualquer outro segmento baseados puramente na vendagem.
Sempre que acompanho entrevistas de mangakas, noto que ali a influência é gigantescas – assim como quando acompanho os paínes da ComicCon; Kurt Sutter na ComicCon fantástico.
Juro que não compreendi a ligação entre os mangás serem serializados e o mangaka não possuir controle sobre sua obra?
KING!
Bacana o podcast, vocês estão certíssimos no que diz respeito à dificuldade para ser quadrinista/mangaka tanto no Brasil como no Japão. Quanto à questão do porquê dos mangakas esticarem suas histórias, não poderia ser também uma questão de ego? A pessoa batalha, batalha, finalmente consegue sucesso, recebe rios de cartas de fãs dizendo como amam a sua obra, o editor pede, “poxa, não pode parar aqui, todo mundo adora o seu mangá, vão ficar tristes se acabar!” Pode ser tentador esticar um mangá de sucesso não apenas pelo dinheiro, mas por toda a atenção e paparicação que vem atrelados a esse sucesso.
Muito interessante, mas senti falta de falar da esposa do Watsuki que esteve no Brasil recentemente. Vocês chegaram a ir nas palestras? Acho que ela deve ter dito algumas coisas interessantes.
E poxa… queria tanto ler este Bokuman… vocês não tem ideia onde dá para achar para ler na net?
Infelizmente não pras duas coisas: não consegui ir na palestra (não moro na capital e ir pra ela durante a semana seria impossível) e nunca achei alguma tradução de Bokuman.
sobre Shiki voce citou um personagem que morre no livro mas não morre no manga.
que personagem é esse? eu fiquei curioso.
Vixe, me pergunta no twitter pra não deixar o spoiler solto aqui!
Quanto a razão dos mangakas pra continuar suas obras por tanto tempo, acho importante tentar considerar o ponto de vista de uma pessoa que passou mais de 10 anos dedicando sua vida para somente uma obra. Terminar uma obra desse tamanho é uma decisão gigantesca, é como entrar em uma outra fase de sua vida, com novos riscos e oportunidades. É difícil culpar esses caras (alguns já de idade avançada) por não quererem passar por esse estresse.