Há algumas estações, em todo início de nova temporada de animes do Japão, eu faço post sobre mangás que ganharão anime nesta temporada em questão. O objetivo desse post é aproveitar a atenção maior que a série receberá do público de animações e apresentar a essas pessoas a versão em quadrinhos original dessa história, tanto pra popularizar a obra e a mídia como um todo, como também para mostrar uma versão melhor (normalmente é, admitam) da história que conheceram animada.
Nesta temporada atual, a de Outono de 2013 (equivalente a nossa Primavera), terei especificamente apenas dois mangás que gostaria de falar pessoalmente; embora eu tivesse interesse de conhecer mais séries que vem de mangás desta temporada, a maioria das restantes ou não possuíam tradução ou não faziam meu estilo (principalmente por serem de menininhas, moe, esse lado da mídia). Então eu pensei que, ao invés de eu ter que me preocupar e ir ler algo que parece não ser de meu interesse, por que eu não chamo alguém que gosta e entende desse lado dos mangás? Assm sendo, o Rubio Paloosa, lá do Omnia Undique, vai vir ao meu resgate e falará de Aoki Hagane no Arpeggio (Arpeggio do Aço Azul), em um texto que mostrou meu preconceito infundado sobre a obra. Confiram a seguir!
(Clique nas imagens se quiser ampliá-las)
Dr. Moe vem para ajudar!
Aoki Hagane no Arpeggio é um mangá feito pelo grupo Ark Performance que foi lançado em 2010 e atualmente conta com 7 volumes. O grupo é mais conhecido por fazer adaptações, principalmente da série Gundam, e esse é o primeiro trabalho grande original deles em muito tempo.
Aoki Hagane pode ser descrito por uma citação que os autores mesmo fazem: “Garotas bonitas lançando torpedos”. Sim, esse é mais uma obra da série “Garotas são x e fazem y” (composta também por títulos como Upotte!! e Strike Witches). Nesse caso as garotas são interfaces mentais que controlam navios da Segunda Guerra Mundial (mas equipados com armas a laser, porque sim).
Mas não vamos nos apressar. Afinal, sobre o que é Aoki Hagane?
Em um futuro pós-apocalíptico onde as calotas polares derreteram e o mundo começou a ficar inundado, a humanidade tentou iniciar uma nova sociedade, desta vez marítima. Porém logo de início foi impedida pela “Fleet of Fog”, uma organização sobre a qual ninguém sabe nada, que atacou e fez com que a humanidade ficasse presa nos poucos pedaços de terra restantes do mundo.
A história principal se passa 17 anos após a guerra onde a humanidade foi derrotada, e agora se prepara para um contra-ataque com o capitão Gunzou Chihaya em seu Navio Submarino I-401 e a personificação humanoide do Navio (também chamada de Mental Model) Iona. Ambos terão que enfrentar as outras personificações da “Fleet of Fog”. Na prática, essas personificações são os navios em si, que apenas ganharam um corpo humano, e todas são garotas pela antiga tradição de nomear navios de nomes femininos. Os motivos de tal personificação são esclarecidos ao longo da obra.
Pela descrição básica pode-se pensar que esse é apenas um mangá ecchi com algumas batalhas, mas (para o meu desapontamento e alegria de outras pessoas) não é. A obra mantém todo seu foco nas batalhas navais, suas tática e estratégias de guerra.
As batalhas do mangá são bem apresentadas (mostrando a experiência dos autores em batalhas espaciais, só trocando o mar de estrelas de Gundam pelo mar normal), mas por diversas vezes algumas partes das batalhas se estendem demais, focando-se em mostrar explosões e armas atirando demasiadamente. Entretanto, por sempre mostrar as estratégias que cada um está usando, não chega a ser um problema grande.
Na parte humana da história, temos três núcleos: a tripulação do citado Navio Submarino I-401, o governo japonês e a Fleet of Fog, e cada um deles possui sua agenda própria. Vale ressaltar que mesmo a Fleet of Fog sendo a “antagonista que quer destruir todos”, ela não é passada como uma força do mal supremo, muito pelo contrário: ela nos mostra também vulnerabilidade e compaixão, e até o pensamento não humano das Interfaces vai evoluindo individualmente ao longo da obra.
Um ponto interessante de se notar é no cuidado do worldbuilding, a criação do mundo da história. Fora do enredo em si (em capas, nos finais de capítulo e nos extras) sempre temos material que enriquece o nosso conhecimento daquele cenário, seja mostrando coisas do passado que influenciaram o mundo a estar do jeito como ele está, seja com um dicionário dos jargões técnicos utilizados que rola ao longo da obra. Essas informações são um tempero extra para a história.
Até onde foi lido, o resto dos personagens não foi tão explorado. O que era de se esperar, principalmente pelo fato dos autores colocarem uma grande quantidade de personagens juntos de uma só vez. O maior desenvolvimento dentro dos personagens principais fica realmente por conta do protagonista Gunzou e a interface do Navio Submarino, a Iona. Gunzou até aqui se mostrou ser um típico “planejador”, enquanto Iona é uma “rei-expy” no seu estado normal, mas vai revelando emoções e curiosidades sobre si mesma nas partes da obra que abordam o dia-a-dia.
Aoki Hagane no Arpeggio é uma daquelas surpresas que aparece às vezes. É uma daquelas obras que eu pensava se tratar de um X, mas que na verdade era Y; entretanto, é um bom Y e, portanto, um Y que pretendo acompanhar daqui para frente.
Pitaco sobre o anime
O anime está sendo feito pelo estúdio Sanzigen, que normalmente fica a cargo de animações secundárias (onde o estúdio cuida da animação apenas de certas cenas) principalmente em CGi (Computer-generated imagery, ou seja, 3D, como as cenas de luta do anime Black Rock Shooter). Agora eles desejam levar a experiência que possuem adiante fazendo o anime todo de Aoki Hagane ser em CGi, e não só os veículos, como é mais comum. Isso pode dar certo ou não. Pessoalmente prefiro assim a fazer aquela coisa hibrida que nunca dá certo e ninguém fica satisfeito.
Porém o que preocupa nesse anime é seu diretor, Kishi “Raper” Seiji, conhecido por estragar qualquer adaptação de jogos que ele colocou a mão, tanto por falta de imaginação, preguiça de tentar fazer algo a mais do que um comercial ou simplesmente não saber o que estava fazendo. Apesar de não estragar tanto os outros tipos de adaptação, é algo para se preocupar.
O anime de Aoki Hagane no Arpeggio realmente não nos dá nada a que esperar. Pode acabar sendo bom? Claro, mas é um anime que dá para ficar bem cético quanto a sua possível qualidade. E como todos sempre dizemos, com certeza “o mangá vai ser melhor”.
esse é um dos animes que esta na minha lista assim que sair dou uma olhada no primeiro episodio
ps:quanto preconceito om anime ein
Não é preconceito com anime, é conceito com manga.
[…] Sabia que ia dar errado não sabia? E deu, deu errado. Nem uma Iona toda moe para salvar o que o Kishi faz. Dos animes de 3D sem duvida esse é um dos piores (só perdendo para Tesagure! Bukatsumono). Eu fiz um guest post no Mangatologia sobre o manga (que é bom) vão ler: http://mangatologia.wordpress.com/2013/10/03/outono-de-2013-aoki-hagane-no-arpeggio/ […]
Eu gostei do manga e estou gostando do anime, apesar que já vi reclamações sobre a qualidade da animação em computador e até sobre a tripulação do Blue Steel
composta por, segundo eles, estudantes colegiais…
A modelo mental do Blue Steel, a Iona é tão fofinha que é mimada por todos, especialmente pela Iori, haha