Sejam novamente bem vindo ao episódio 42 do Mangá², o podcast que já está dentro do mundo dos mangás.
Neste episódio, entramos em uma mistura de papo nostalgia e serviço de utilidade pública, discutindo sobre a entrada de novos leitores no mundo dos mangás. Como se deu a nossa introdução nesse mundo, quais as dificuldades que nós e muitas outras pessoas tem ao tentar ler uma obra oriental, e quais armadilhas evitar pra conseguir converter alguns dos seus amiguinhos para lerem mangás.
E na recomendação da semana, apresentamos um mangá realmente underground que precisa de mais amor. Recomendamos um mangá sobre morte!
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Links Comentados
Mangá² com nossa opinião sobre o Haki em One Piece
Recomendação original de Necromancer
Cronologia do episódio
(00:25) Discussão Semanal – Entrando no Mundo dos Mangás
(26:35) Leitura de Emails
(44:35) Recomendação da Semana – Necromancer
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Não concordo com a retirada dos títulos honoríficos só pra facilitar a imersão de possíveis leitores a mídia. Os títulos honoríficos representam um arcabouço sócio-cultural japonês, que muitas das vezes, se retirados, pontos importantes da obra se perdem juntos. Podendo até afastar possíveis obras como uns Yon Koma mais old school.
O ingressas de aspectos culturais de outros países NÃO deveria ser evitado por preguiça. Hoje em dia os mangás ( Pelo menos da Panini) constam com o glossário explicativo.
Sou ainda contra a utilização de honoríficos, e não é só pela razão citada no podcast.
Honorífico é o preciosismo mais desnecessário do público leitor de mangás. O principal argumento é esse que você utilizou, de que tem uma representação cultural que será perdida numa tradução, mas essa justificativa equivale a pedir que utilize-se Raito em vez de Light porque também se perderá um significado estrito dos kanjis do nome aí no processo. Ou que todos os possíveis trocadilhos japoneses sejam mantidos no original pra não perdermos nada na obra. É algo impraticável e que penaliza o leitor que não está familiarizado com tudo o que aquilo representa, é uma barreira extra. E particularmente não é nenhum glossário que te deixará por dentro do real significado de cada pequena nuance que cada honorífico carrega, eles são muito mais complexos do que simplesmente “kun pra menino, chan pra menina”.
Faz parte do papel do tradutor transpassar nos textos qual a “sensação”, o “impacto” daquele honorífico no que é falado. É difícil? Sem dúvida, mas tão difícil quanto transmitir que os kanjis do nome do Raito representa, sei lá, peixe+lâmpada, e não o naturalmente assumido pelos japoneses lula+costas (?). E aí, vai ter que deixar o kanji lá no orignal porque faz parte da natureza dos caracteres e não temos que ter preguiça de entender o significado?
E também sou contra pelo sentido “estético” mesmo. É feio deixar um termo não traduzido no meio de um texto traduzido, parece mal feito e não-profissional. Pra mim falar “Olá, Sasuke-kun” é tão feito quanto “Olá, Mr. Uchiha”.
Um exemplo: a tradução brasileira de Sunadokei, pra representar um sotaque, menteve um sufixo “-ken” em todas as falas de um personagem. TODAS. Imagina como era ler sempre frases como “Eu te amo muito-ken”. Porra, quem é Ken?! É não natural, é artifical e de muito longe passa uma sensação de sotaque.
(Aliás, acho que já falamos disso, se não me engano no podcast “Aprendendo japonês com mangás”).
Mas o ”Raito” é a representação fonética de ”Light”, já que a pronúncia é a mesma no Japão devido ao alfabeto silábico. De uma forma ou de outra, a integridade da obra foi mantida, A transliteração na romanização dos Kanjis não é bem assim.
A presença dos honoríficos é (Além da valorização cultural) um recurso dialogal que remete a intencionalidade dos personagens. Se o autor decidir usar ”- Kun” ou ”- Sama” aquilo vai dizer respeito a coesão dos personagens entre si. E como os honoríficos não podem ser simplesmente traduzidos para o português, apenas explicados, tornam-se um RECURSO de enredo, transpassando ao meu ver essa barreira estética. Não creio que honoríficos sejam o maior empecilho. Aliás, partindo dessa perspectiva deveríamos ter mangás em formato ocidental também, como alguns casos raros nos EUA, o que eu não acho certo.
De fato, Raito é a representação fonética de Light. No entanto, há um significado nos kanjis utilizados para representar esses fonemas, e diferentes ideogramas com o mesmo som significam coisas totalmente diferentes (não só no caso do Raito, claro). E muitos autores deixam de utilizar os ideogramas “normais” que representam um fonema pra usar algum diferente, com o mesmo som, mas com um significado mais relevante para o que ele deseja demonstrar, como representar algo sobre a personalidade do personagem, por exemplo. E isso é algo que se perderá, independente do que seja feito. Foi isso que eu quis dizer com meu exemplo.
E sim, honoríficos não são traduzíveis diretamente, mas podem ser parte integrante da forma como o personagem fala em uma versão traduzida. Se o -san representa que o personagem tem respeito por outro, então explicite isso na forma como ele se dirige ao personagem. Exige um pouco mais do tradutor, mas é bem possível sim.
Não acho que seja realmente necessário fazer “valorização cultural” de tal forma. Não é necessário que o leitor aprenda todas as minúcias das formas culturais da língua sueca pra ler um livro sueco; só seria necessário se isso fosse algo inerente à obra. No caso dos honoríficos, eles não são em si inerentes à obra; o que é inerente é o que eles representam, e o que estou defendendo é que isso sim é “traduzível”, adaptável.
E concordo que os honoríficos não são o maior empecilho, mas são um dos exemplos. E acho que isso difere totalmente de inverter o sentido de leitura da arte, que você citou. Isso seria o caso contrário a quem defenderia que só podemos ler a obra na lingua original, pois só assim se preserva a intenção do autor. Ambos são extremistas e igualmente errados, na minha opinião. Até porque, como falei no podcast, o sentido de leitura é rapidamente adaptável na nossa mente ocidental, enquanto as nuances culturais de um honorífico, não.
É estranho, meu primeiro mangá foi 20th Century Boys, a 2 anos atrás.
Comecei a ler com 16 anos, algum tempo antes já tinha começado a ler comics americanos com Deadpool, sem nenhuma pessoa pra me indicar, comecei a ler 20th century boys, lendo um volume por dia, até que a trama me prendeu tanto que comecei a ler mais de um volume por dia.
Depois de ter terminado, não mantive o nível, li muita coisa ruim, como Omamori Himari, Lovely Complex, Girls Saurus, etc, entre isso shoujos e haréms(sou um cara)
Sobre a minha dificuldade, não tive, como já estava acostumado com ler os comics, era muito mais simples eu baixar o volume e transformar em .cbz e .cbr, depois de um tempo comecei a ler muito mais coisa, sempre alternando entre comics e mangás.
Sobre recomendação, sempre tento fazer a pessoa não ler um dos mais famosos, e procurar obras menos famosas e com uma qualidade que eu julgo superior, é meio complicado isso, eu mesmo recomendei pra minha prima de 13 anos, quando ela disse que gostava de Death note, disse pra ela ler Junji Ito, e passei os arquivos pra ela, agora se ela leu ou não, eu não sei.
Alguém chegou a ler esse mangá?
http://www.mangaupdates.com/series.html?id=62909
Queria recomendar, porém meu microfone do notebook está com problemas, não é algo 10 de 10, mas é um mangá muito legal sobre músicas e relacionamentos.
Olha, nunca tinha nem ouvido falar. Se quiser recomendar, à vontade!
Minha entrada no mundo dos mangás foi bem curiosa creio eu. Comecei a me interessar por mangás depois de jogar Jump Ultimate Stars, jogo muito recomendando para DS, até hoje gosto muito do jogo. No começo do jogo comecei usando os personagens de mangás mais conhecidos como Dragon Ball e Naruto, naquela época nem One Piece e Bleach eu conhecia então posso dizer que o jogo me abriu portas pra vários mangás famosos. Porém, não comecei a ler mangás por nenhum deles, e sim por Black Cat, mais especificamente por causa dos poderes da Eve no jogo, que até hoje acho meio roubados. Enfim, pode se dizer que comecei a ler mangás por causa da Eve e até hoje é uma das minhas personagens favoritas. Isso aconteceu há uns 5 anos então sou particularmente novo nesse mundo e tenho a tendência de ler coisas novas então também tenho pouca experiência com mangás antigos como CDZ e Dragon Ball, estes só vi o anime na infância.
Essa minha história também abre a questão de que jogos como JUS também poderiam ser uma porta para o mundo dos mangás. Até hoje reclamam que esse jogo não chegou ao ocidente e acho que se tivesse faria as pessoas conhecerem várias obras, pelo menos da Jump e depois que começar a se interessar mesmo por mangás partir para vôos mais altos.
Sobre dificuldades acho que a maior foi mesmo a ordem dos balões de falas que até hoje ainda confundo em algumas obras com muitos balões. O modo oriental de leitura não foi uma barreira pra mim mesmo que eu tenha começado lendo pela internet. Não lembro muito bem, mas acho que eu meio que já sabia da orientação ou me liguei e acostumei rápido.
Nunca tive a oportunidade de iniciar alguém em mangás. mas recomendações para amigos que já leem já fiz muitas, mas é difícil dizer como escolhi as recomendações, quem já lê mangá a um tempo sempre está aberto a conhecer coisas novas diferente de quem está começando, mas acho que depende da pessoa, veja qual é o gosto dela em outras mídias como filmes, séries, livros e faça uma recomendação com base nisso. Acho que é o jeito mais fácil de acertar o gosto da pessoa e iniciá-la em mangás.
foi um bom tema,no meu caso eu evito apresentar pessoas a mangás infinitos ou não concluidos,sempre procuro introduzir as pessoas no mundo dos mangás,com mangás curtos já concluidos e que não sejam muito infantis ,geralmente uso death note, fuulmetal alchimist pois são bomns mangás e faceis de se entender,tipo não adianta voce apresntar nijigahara olograpy pra um novato no mundo dos mangás,mas muitas vezes depende do gosto da pessoa apresentei pra um amigo meu deah note e fma,mas elle não gostou dai perguntei do que ele gostava dai ele falou de robos,então mostrei gundam pra ele e ele adorou ,hoje ele é um gundam maniaco
O começar a ler mangás é uma coisa bem única e singular de cada um né. Eu comecei como suponho muitos, conhecendo a historia pelo anime e depois querendo adiantar fatos pelo mangá. Comecei com Naruto até, historia que hoje eu não suporto, mais que sigo lendo por respeito ao tempo em que a obra conseguiu me entreter. Depois eu fui lendo várias obras mais ou menos famosas, sobretudo romance, e mesmo assim não consegui ler Love Hina.
Eu sigo até hoje lendo mangás pela internet mesmo. Eu não vivo no Brasil desde faz uns 7 anos e aqui na Espanha os tomos são bem carinhos, mas tem diversos títulos que eu inclusive já li pela internet, e gostaria de ter no armário, caso de Vagabond. O caso mesmo e que eu estou sem dinheiro.
A maior dificuldade para começar no mundo dos mangás, penso eu, é o preconceito com os quadrinhos. Tenho 19 anos e meus irmãos ainda estranham me ver lendo mangás e vendo animes.
Sobre introduzir alguém na mídia, eu já tive um sucesso. Tenho um primo que começou através de mim. Mas, tudo com um esquema bem bolado. Eu sabia que ele não começaria a ler um mangá porque sim, então eu decidi introduzir ele mediante anime. Foi até meio que na brincadeira de querer manipular ele a ler. Eu e ele gostamos muito de patins, e como não podia ser diferente, eu baixei pra ele o anime de Air Gear. Ele adorou o anime e estava todo empolgado me contando as coisas enquanto ele assistia. Eis que ele terminou, e aqui estava o mais interessante, já que o anime só narra o começo da obra. Então eu disse pra ele que tinha um mangá e que o anime era só o começo da historia. Foi automático. Mostrei pra ele um site onde ler e ele mesmo leu até onde estava a publicação, e depois começou a ler semanalmente. Daí como ele já tinha visto Naruto pela TV em algum que outro episodio, eu mostrei pra ele o mangá e já ele começou a buscar outros por conta propia.
Agora, eu escutei vocês falarem de The Breaker na leitura de e-mails, e já estou quase pensando em fazer a recomendação eu mesmo em áudio pra vocês. O mangá é muito bom, e a continuação, o The Breaker New Waves esta num momento de hype puro.
Eu tenho uma história meio engraçado sobre o meu primeiro contato com mangás: Eu tinha 6 anos e adorava assistir Cavaleiros do Zodíaco no Cartoon Network. Então, um dia cheguei na escola e um amigo meu me mostrou um “gibi” com o Seiya na capa. Eu achei tão legal que quando cheguei em casa eu pedi para a minha mãe comprar pra mim na próxima vez que ela saísse. Se passaram alguns dias e ela chegou em casa com o volume 5 (que tem o Ikki na capa), então eu fui ler.
Na época, a minha experiência com quadrinhos se resumia a Turma da Mônica, então eu li as primeiras 10 páginas de trás pra frente (ou de frente pra trás), até que percebi que tinha alguma coisa errada. Mas eu consegui me adaptar facilmente ao modo de leitura oriental. Apesar de estar conseguindo ler tranquilamente, ainda existia uma coisa errada: Por que tudo era preto e branco? Eu pensei que o “gibi” não tinha cores justamente para dar o prazer ao leitor de colorir os personagens como quiser (tipo aquelas revistas infantis que tinham vários desenhos para colorir e de brinde vinham várias canetinhas). Então me diverti colorindo vários personagens, até
fiz com que o Shun usasse uma armadura preta, pra ele não parecer um… Bem, um “Shun”.
Sou a favor do blog virar um só, até por eles andarem lado a lado nos assuntos. O nome poderia manter um dos dois, e fazer referência ao que não foi escolhido no topo da página, no banner ou algo assim, fazendo uma frase com os nomes, sei lá.
Quando a Conrad lançou DBZ e CDZ cheguei a comprar as edições número 1 e só, parei por ai. Anos depois por algum motivo comprei o CDZ nº30 o fim da saga Poseidon e pirei de lembrar como aquilo era divertido, assim sabendo que viria a tão falada Saga de Hades pro Brasil, acabei por colecionar a série na reta final. Fiquei anos parados sem acompanhar ou saber de ler mangá, só em 2004 quando conheci Naruto (Que achava que era Nurato) e tinha Speed que não permitia que o usuário baixasse mais que 4MB mensais, assim acompanhava o mangá, mas parei novamente quando tive uma internet melhor para o Anime, voltando a ler mangás e cada vez ler mais só em 2005 quando, provavelmente vocês se lembrem, One Piece tinha um buraco no brasil pelos funsub, Um Fansub lançava os Epis de Alabasta e outro lançava Water 7 e o que saia no Japão, assim tinha um buraco de episódios enorme que me fizeram ir atrás do mangá.
Assim é a vida quanto mais trabalho e estudo, menos anime e mais mangá na minha vida.
Agora mangás físicos comprava aleatoriamente, até Bakuman começar a sair eu me interessar e voltar a colecionar de forma hardcore.
Até pq hj eu leio muito mais mangá lançado nacionalmente do que pela internet, não por preciosismo, mas sim pq otimiza o tempo.
Sobre recomendar mangás…Sim, é difícil, principalmente pra velhos, tbm gostaria de recomendar um para minha mãe, que por ser professora acho que devo quebrar esse preconceito nela, mas é dificl saber como, quando e qual obra.
Pra minha namorada, também viuvá de Sailor Moon, mas que não acompanha mais nada, consegui introduzir Monster até agora, porém já é um avanço.
Nos videogames foi com Co-op, quando fiz ela jogar Resident Evil 5 ela adorou, depois surpreendentemente fiz ela adorar Gears of Wars, então hj sempre pesquiso um jogo em Co-op pra jogar com ela, acaba sendo divertido. Claro é difícil arrumar um jogo que agrade quem não curte muito os games, mas quando acha o jogo acaba valendo a pena.
Eu entrei no mundo dos mangás por meio dos animes, e nesse caso em específico foi Shaman King. Lembro que com o fim da “Band Kids” eu só fui voltar a me empolgar com animes quando esbarrei com Shaman King na Fox Kids, pois era um tanto diferente do que eu já tinha visto em animes. Lembro que praticamente surtei quando descobri a respeito do lançamento do mangá, e assim comecei minha primeira coleção… o que levou ao trágico desfecho com o mangá cancelado (não pela JBC, mas sim no Japão).
Apanhei um pouco para aprender a ler… e foi mais um quesito de ordem dos balões mesmo. Como minha única experiência com quadrinhos tinha sido Mônica e Tintin (viva a biblioteca da escola), tive um pouco de dificuldade ao encarar o estilo oriental de leitura.
Nunca tentei influenciar pessoas ao meu redor… o mais próximo que cheguei foi fazer minha namorada assistir… Death Note!!!! Ahahahaha, acho que é um procedimento padrão mesmo.
Como a grande maioria comecei com os animes que passavam na TV, exemplos como DB, Samurai X, CDZ entre outros. Mas até então eu não tinha nenhum conhecimento a respeito e simplesmente assistia por assistir.
Anos depois com a evolução da internet descobri que existiam fansubs e que aquelas animações que eu gostava praticamente já haviam se encerrado, então a partir disso conheci as mais mainstreams, Naruto, Bleach e One Piece e mais uma dezena, até que comecei a me incomodar com o “ritmo” dos animes.
Então através de um conselho dado por um amigo meu, decidi pesquisar sobre os mangás na internet que ainda estavam em andamento(meu pensamento antes era de que uma só passava a ter uma animação após a história em quadrinhos ter sido finalizada, fazer oq, não tinha muito contato com isso), após isso passei a apenas ler ao invés de assistir, pois me sinto muito mais confortável assim, já que conduzo meu próprio ritmo de leitura, que é algo que praticamente não existe enquanto assisto.
Fora que como o mangá de certa forma ocupa menos tempo, eu posso acompanhar um número muito maior, fora a grande variedade de gênero de obras, coisa que não consigo enxergar nos animes de hj em dia.
PS: Parece que no final ficou algo meio comparativo anime x mangá, contudo não foi minha intenção apenas quis deixar um pouco claro que essas diferenças foram um dos motivos na qual optei pela leitura ao invés de assistir.
PS2: Acompanho o Mangá² praticamente desde a 1ª edição, mas se não me engano NUNCA comentei ou mandei algum e-mail, pretendo agora interagir mais na medida do possível.
Ainda não ouvi essa edição…baixando…
Ah, antes que eu me esqueça! Parabéns pelo trabalho pessoal, abraço.
E aí galera do Mangá².
Sobre a minha entrada no mundo dos mangás, ela foi bem curiosa. Lá pelo ano de 2001/02, minha mãe trabalhava de empregada doméstica na casa de um diretor da Conrad. Nós morávamos lá, no quarto de empregados, e por ele gostar um pouco de mim, ele sempre me trazia, todos os meses, os mangás que eram publicados na época pela editora. Daí eu lia, achando que era uma histórinha mesmo, e pela página do “Pare”, fui me familiarizando com aquilo como um mangá (Tive dificuldades com a ordem de páginas e dos balões, pois era novo, tinha 10/11 anos, até pintava algumas páginas hahaha). Lia títulos diversos, como Dragon Ball, CDZ, Evangelion, Fushigi Yuji, Vagabond, e meu favorito, Dr. Slump. Depois que eu e minha mãe sairmos de lá, acabei me afastando dos mangás, só depois de um bom tempo, quando já estava na 8ª série, foi que voltei para esse “mundo”, lendo Naruto primeiramente, e depois Bleach.
Quanto a parte de recomendação, também tenho a mesma visão de vocês, de recomendar uma obra que possa vir a agradar o novo leitor, e fazê-lo querer “adentrar” a mídia. Não é uma tarefa fácil, às vezes dá certo, outras dá errado, mas continuo tentando.
Continuem com o podcast, ele é ótimo. Um abraço.
Olha, de verdade, sei que já detestam Hungry Joker, que realmente acham um mangá muito ruim e tudo mais… Mas, por favor, façam um mangá ao quadrado com o último capítulo dessa série. Essa semana, o mangá acabou, com 24 capítulos e 3 volumes, houveram milhares de haters, mas também, milhares de adoradores, e eu sou um desses. Então, por favor, estou implorando, façam o próximo mangá ao quadrado com o último capítulo, ficaria muito feliz.
Quem sabe pra semana que vem, por que não?
Meu primeiro manga foi Medabots, da abril, se me lembro bem XD Eu quando pequeno so comprei mangas q “sumiam”, então desisti de ler.
Nisso passou anos e anos ate que vi um amigo lendo Tsubasa Reservoir Chronicles q perguntei se era Sakura Card Captors lol ele me emprestou pra ler o 1 (por sorte tava começando a sair por aqui) e eu gostei. Ai começei a comprar sempre q saia, mas nunca li nada na epoca sem ser tsubasa.
So fui começar a entrar no mundo dos mangas no terceiro ano do ensino medio, e escolhi um manga num site que achei na internete. Na minha busca, o primeiro resultado foi o chrono scanlator.
Como eu não queria ler no pc olhei os mangas com menos volumes, e li sinopse por sinopse, ate que escolhi o primeiro manga que iria ler, que foi King of Thorn. Ate hoje um dos meus favoritos.
Acredito que dei sorte de começar logo no underground XD Por coincidencia o meu primeiro anime na minha fase “otaku” foi Ergo Proxy =P
Quanto a apresentar pessoas aos mangas, so tentei isso uma vez, e não deu certo lol Tem gente que não suporta ler mesmo.
No caso era mais pra convencer meu amigo que ler e legal, ai peguei algo com poucas falas e curto, com muita ação, mas ele não terminou nem o capitulo 1 =/
Ótimo programa, tenho que concordar em tudo com vocês.
Comecei nos mangas por Love Hina, na época eu via pokemon na TV e não sei como uma daquelas revista de anime caiu na minha mão, pouco depois um amigo meu anunciou que outro amigo dele tinha Love Hina e CDZ, eu pedi pra ele pegar emprestado por tabela, o cara só me emprestou os dois primeiros e os dois últimos volumes de Love Hina, li gostei, passei a comprar mangas, ler na rede, etc. Enfim, eu me introduzir usando um amigo como ponte, só que o mesmo não se animou. Em 2007, logo depois do filme do homem de ferro, resolvi ler os americanos, posso dizer que as ditas cronologias do mainstream americano – Marvel e DC – é bem hermético, claro que há coisa underground no EUA que é mais acessível pra leitores novos, só que, como é underground, faz menos barulho .
Fundir os blog pode ser bem mais pratico, agora qual titulo, não sei, pode ser Mangatologia Underground. O que importa é o conteúdo com qualidade. E quem sabe um site novo pode ter uma interface mais amigável e leve – pra galera que ainda vive de discada e lan-house.
Já pensaram em como a nossa geração foi uma das primeiras, no mundo ocidental, a ter contato desde a infância com o universo da manga/anime e a incorporar esse género de cultura pop nos seus hábitos de consumo cultural? E como será agora a próxima geração, que será educada, no fundo, por nós, e com a qual poderemos também partilhar esta nossa paixão e da qual teremos também responsabilidade pela sua “iniciação”? Embora isto seja uma evidência, só nos últimos tempos é que comecei a pensar nisto mais seriamente, quer pelo nascimento do meu sobrinho, quer por amigos meus que começam agora a constituir família (ou que têm irmãos mais pequenos, porque também relacionado com o meu curso, ligado ao jornalismo, tenho começado a pensar mais nas coisas do ponto de vista de um divulgador e educador) – um deles em particular, um rapaz de 5 anos, tem andado encantado com o Dragon Ball (a série televisiva – e, coitado, começou logo pelo GT…), que é exatamente a mesma forma em como me iniciei na manga/anime, há 15 anos atrás, por isso é sempre curioso ver como certas referências se mantêm e como ainda permanecem atuais e capazes de cativar a nossa imaginação.
Relacionado a isto, uma das primeiras barreiras com que me deparei foi a da violência: é que o leitor médio da Jump anda hoje em dia pelos 18 anos, e isso reflete-se também nas obras mais populares: não daria a manga de Naruto a alguém com menos de 10 anos, no mínimo, não só pela violência “física” mas também pela violência emocional de certas cenas, em que uma criança não teria ainda maturidade para compreender e lidar com isso. Quando via Samurai X – o anime, portanto –, devia ter os meus 9 anos, e recordo-me de várias cenas que me ficaram na memória por ainda não ter a maturidade necessária para “processar” aquilo – a exibição pública das cabeças dos condenados à morte por traição ao regime e a descoberta de Sanosuke de que o líder do seu grupo tinha sido morto; um rapaz que descobre os seus pais enforcados; o monge que encontra os órfãos que tinha adotado carbonizados num fogo posto por um grupo que queria a terra onde estava o orfanato; Shishio cortando um polícia literalmente ao meio num flashback, etc. Não é apenas a violência gráfica, é a incapacidade da criança em entender muitas vezes o “tom” da obra e de poder levar as coisas tanto pelo lado sério como pela brincadeira sem saber distinguir ainda muito bem. Mas, ao mesmo tempo, se todos os colegas vissem, nos tempos de hoje, Naruto, não quereria que um filho meu fosse rejeitado do grupo por ser o único que não o visse e portanto não se enquadrasse – a linha assim até se tornaria mais ténue, mas creio que passaria da marca quando vejo certos pais a comprarem o Call of Duty – para dar o exemplo de um videojogo, foi o que me ocorreu agora – para oferecer aos filhos que pareciam ter aí uns 8 anos – coisa que já presenciei, e tenho um familiar de 9 anos de idade que joga o mais recente Mortal Kombat e GTA por pura ignorância dos pais, que são de uma geração anterior à minha e desconhecem completamente o meio dos videojogos atuais.
Ao mesmo tempo, os agregadores online e a facilidade de acesso da internet colocam tudo no mesmo plano: era como se, numa locadora, os filmes porno estivessem misturados na prateleira dos filmes infantis. A criança que vai ao mangareader tem tanta facilidade em ler One Piece como Gantz, e é aos pais que cabe controlar o seu acesso.
Passando agora ao meu percurso, que é algo atípico, a entrada no mundo da manga dá-se com a publicação da Panini nas bancas portuguesas dos 42 volumes de Dragon Ball, em formato tankobon e não censurado, numas capas amarelas de cor muito viva – não quero mentir mas creio que isto se deu por volta do ano 2000 ou 2001, quando teria os meus 11 anos (infelizmente já não as tenho e não posso confirmar a data da publicação). O que me surpreendeu na manga, em relação ao anime, foi o modo em como a história se encontrava compacta e a velocidade da leitura, ao mesmo tempo que a simples sugestão dos movimentos me permitia melhor imaginar os combates preenchendo-os na minha mente com os meus próprios pormenores em vez de ter tudo entregue de bandeja como na série – sempre gostei muito quer do poder de sugestão das palavras, quer das imagens estáticas, e como gosto de desenhar desde pequeno foi infelizmente um início algo tardio. No entanto, como na altura não tínhamos quer a infraestrutura e acesso facilitado à net atual, nem as comunidades online ou projetos de entusiastas como este que me permitem comunicar convosco do outro lado do Atlântico, esse mesmo entusiasmo inicial acabou por morrer e ficar conotado à infância e ao battle shonen – na adolescência, o anime/manga passou a ser visto, para mim, por pura estupidez e coisas próprias da idade e necessidade de nos afirmarmos, como “desenhos animados”, e criei vários preconceitos sobre o mundo otaku que viriam a ser destruídos mais tarde – mas isto também porque o único amigo com que ainda discutia em pessoa sobre estas coisas era o único que tentava puxar por mim, porque todos os meus outros colegas falavam de outras coisas, e então eu ia pelo lado da maioria…
Mais tarde, quando eu teria os meus 17/18 anos, abriu uma loja de banda desenhada na minha cidade e eu fui lá com esse meu amigo – não fui reintroduzido ainda nessa altura à manga, mas sim, primeiramente, aos comics americanos (ainda hoje acompanho Powers e The Walking Dead sem falhar um capítulo). Fui lendo os clássicos (Watchmen e afins), e por curiosidade deparei-me com a edição norte-americana de Blade of the Immortal (invertida), o que me possibilitou uma transição mais suave vindo do nosso estilo ocidental de leitura, e estilhaçou os meus preconceitos sobre o imaginário japonês, que na minha cabeça consistia unicamente em battle shonen tipo Cavaleiros do Zodíaco. A partir daí fui investigando a linha de seinen das editoras, enquanto ao mesmo tempo ia descobrindo coisas online, lendo Naruto e Bleach por pura nostalgia da infância mas renovando também a partir daí o meu gosto pelo género: desde então já li grandes battle shonen, como Fullmetal Alchemist ou a série completa de Jojo, e essa é também uma das minhas vertentes favoritas da manga atualmente. Ajudou-me também a nunca menosprezar uma cultura dita “superficial” e “descartável”, e a apreciar os diversos estilos que o meio é capaz de representar.
Tenho também pena, como vocês mencionaram, que certas obras não se encontrem disponíveis em formato físico, porque Memories of Emanon ou The Music of Marie seriam excelentes obras para interessar os meus colegas de literatura por manga, e embora se encontrem disponíveis online privilegio a relação com o livro como objeto-arte: para mim, o formato digital não permite apreciar plenamente o traço de artistas como Takehiko Inoue, que passam para o papel uma noção muito intensa de espaço físico, de vivacidade do olhar e de naturalidade de movimentos, coisa que para mim se perde um pouco no ecrã estéril e artificial do computador, porque ali não há o toque humano da relação do leitor com o artwork, nem a surpresa do virar manual das páginas. Mas para universitários, haverá melhor obra do que Solanin, que representa ali tão bem as angústias da nossa geração? Para mim essa será, porventura, a melhor obra de introdução ao mundo da manga a jovens que entram também agora na vida adulta e no mercado de trabalho. Ao mesmo tempo, e pelo meu exemplo pessoal, creio que seria também interessante mostrar obras que apelem à nostalgia da infância mas que agora possuam também um olhar mais adulto sobre a mesma: Hunter X Hunter funciona muito bem como “desconstrução” do battle shonen e como contraponto a um Dragon Ball (vejam a relação do Rei das Chimera Ants com Cell, por exemplo), ou Puella Magi Madoka Magica – que tem uma adaptação a manga bastante competente, ainda que recomende antes a série – fá-lo também na perfeição relativamente às meninas mágicas de Sailor Moon (se o Estranho quiser destruir as memórias idealizadas de infância da namorada este é o próximo passo lol). E eu faço sempre a relação da manga com as outras artes, por isso acabamos sempre por partir de outros gostos da pessoa para fazer as nossas recomendações de manga – uma simples ida à secção de BD de uma Fnac (nem é preciso ir a uma loja especializada em BD) pode ser suficiente para interessar os vossos amigos por manga, se vocês os acompanharem e lhes explicaram as obras devidamente, tentando puxar exatamente pelos pontos em que os virem mais interessados.
Para terminar, sobre a possível junção dos blogues, como são vocês que assinam os textos individuais acho que isso depende inteiramente de vocês e como leitor/ouvinte não acho que a minha opinião tenha aí impacto na decisão, mas em relação ao podcast sinto falta, como participante agora nas discussões, de um espaço único onde possa colocar o meu comentário e acompanhar as discussões, porque elas ficam dispersas pelos dois blogues e nem sei exatamente onde colocar o meu… Talvez um terceiro blog apenas para divulgação do podcast, se preferirem manter também os vossos blogues individuais?