1Volume: Kansen Rettou

Volume único, por Masasumi Kakizaki.


Frequentemente recebemos recomendações de ouvintes do Mangá² sobre obras que eles consideram interessantes e que desejam compartilhar conosco. Poucas vezes são aquelas recomendações em áudio que utilizamos no programa, sendo na maioria dos casos recomendações “anônimas” que ficarão perdidas até conseguirmos falar dela alguma vez. E eu tento lê-las na medida do possível, principalmente se tiver uma quantidade baixa de volumes, e Kansen Rettou foi um desses casos, recomendado por Felipe Amaral.

O mangá acompanha o médico Matsuoka Tsuyoshi, que um dia faz um diagnóstico de uma simples gripe para um paciente, apenas para vê-lo morrer no dia seguinte com uma doença violenta e extremamente contagiosa. Agora com o vírus se espalhando rapidamente e matando grande parte da população do país, cabe aos médicos tentar salvar o máximo de vidas possíveis.

Fiquei bastante feliz do mangá ser apenas sobre a epidemia de uma doença mortal, sem nenhuma indicação ou referência ao tema “zumbi”, que hoje em dia é tão recorrente em todas as mídias atuais (e que é legal apenas de vez em quando). Mas embora com uma ideia muito boa, infelizmente o pouco espaço disponível para o desenvolvimento dessa trama (1 volume) acabou prejudicando um pouco a experiência, nos deixando com a impressão de que tudo aconteceu rápido demais, fácil demais.

Isso se deve em parte ao fato desse enredo precisar disputar espaço com um drama humano que o autor tenta trazer para o mangá, nos mostrando o relacionamento do personagem principal com um antigo interesse amoroso, que agora é a encarregada do hospital onde ele trabalha. Novamente pela pouca quantidade de capítulos, esse desenvolvimento se torna sub-aproveitado, o que dificulta qualquer tentativa de identificação ou mesmo de preocupação com os personagens de forma geral.

Ao longo da obra, o autor acaba utilizando-se de pequenas histórias de pessoas envolvidas com a epidemia para ajudar no avanço do enredo, e nos atualizar sobre a reação do mundo frente ao vírus. O mais curioso é que essas histórias se provam muito mais interessantes que o drama dos personagens principais, como ocorre no o caso da enfermeira “ilhada” no hospital, longe da sua família (minha parte preferida). Talvez a fórmula correta para essa história devesse ser essa: flashes de histórias diversas servindo como alavanca do enredo principal, a epidemia, jogando no processo o casal principal pra escanteio. Isso ou alongar a história. Felizmente o mangá não é uma leitura ruim ou pesada, é agradável ao menos, mas qualquer uma dessas alterações tornariam a história uma experiência muito mais agradável.

A arte de Kansen Rettou é citada por mim de passagem no Mangá² #32, e a opinião permanece: é anatomicamente correta, é bem executada em algumas cenas (como as páginas iniciais do mangá), mas não parece se conectar bem com o roteiro. A utilização de quadros grandes e impactantes fazem sentido em outras obras do autor como Hideout e Green Blood, mas em Kansen Rettou parece estar “atrasando” o desenvolver dos fatos, o que torna um desperdício tanto de talento artístico quanto de um tema muito legal.

Eu queria gostar mais da obra, de verdade, pois gosto bastante do trabalho desse autor e me interessei muito pelo tema, mas, embora esteja longe de ser ruim, infelizmente esta foi apenas uma leitura mediana.

Avaliação Final

8 comentários

  1. kansen rettou foi uma uma obra que i recentemente, e fiquei com o mesmo sentimento de tudo está acontecendo muito rápido,com dito no texto, acho que um numero maior de volumes , no máximo 5 talvez, a hist´ria poderia correr de forma melhor e mais fluida , nos dando tempo nos importamos com os personagens da obra(coisa que não aconteceu na leitura) .sobre arte, eu li , principalmente, essa obra por causa do autor, por gostar bastante do traço dele em hideout e green blood(que ainda não li), fiquei curioso em ver como ele usaria a arte em um tema mais “diferente” sem muita ação, eu achei que, na parte de mostrar os doentes sofrendo e afins, arte funcionou bem, mas em partes mais tranquilas, de dialogos, achei meio estranho. um fato curioso, é que quando li a obra, eu tinha acabado de ver o filme contágio( com o mesmo tema de uma epidemia,mas diferente do mangá, se espalha no mundo tudo) e o mangá , com o plot quase identico(tirando os drama pessoais) chamado emerging, que sofre do mesmo defeito de kansen rettou, por ser curta.

  2. Concordo totalmente com sua analise estranho, eu recomendei Kansen Rettou principalmente pelo fato dele ser ‘diferente’ da grande maioria das obras japonesas (pelo menos que eu conheça) e por gostar bastante do autor também (Hideout e green blood são muito bons)

    Abraços

    • Além de que acho que o autor se tivesse mais tempo deveria tentar explorar melhor o drama daquela menina que teve a família acusada de ser o principio do vírus, era uma parte que o autor poderia ter desenvolvido melhor com mais alguns capítulos

  3. Estranho vou lhe recomendar o Sand Land de Akira Toriyama,a história é muito boa e cheia de críticas a nossa sociedade contemporânea,e contém apenas 1 volume;e as piadas do mangá são ótimas também,fica a dica.

  4. Sabe que eu também estranhei os rostos “normais”? Os rostos eram bem simples e com o mesmo formato, quase todos. Só mudava o cabelo e ter ou não batom!

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