E vamos lá, esse é basicamente mais um post-resposta a uma coluna do Chuva de Nanquim. Tinha feito isso antes com o post dos 10 melhores MMVs e acho que essa é uma bela oportunidade de novamente trazer o Mainstream para o Underground, acho interessante fazer esses posts, ele trazem uma perspectivas e comparações, além do que não tenho que ter trabalho tendo ideias, só roubar a dos outros.

Então sem mais enrolações, o intuito será o mesmo do post do ChunNan. Seguem 7 páginas duplas de mangás undergrounds e porque elas me são tão marcantes:

ESTE POST CONTÉM SPOILERS

Kokou no Hito

Esse mangá tem tanta página dupla importante e bonita que ficou até difícil escolher uma específica. Mas acho que essa, apesar de não ser tão bela quanto outras, é de extrema importante e é o clímax do capítulo mais denso dramaticamente falando.

O nome do cap é “Lost Youth” e nele presenciamos o Mori  pensando em como sua vida seria se ele fosse um estudante comum, se não tivesse conhecido as montanhas. Percebendo a sua juventude perdida e reparando o caminho sem volta do monstro que ele se tornou, o personagem principal começa a derramar lágrimas, lágrimas de arrependimento, lágrimas que possuem todas as memórias de seu passado inexistente, da vez em que ele não prestou e passou faculdade, do primeiro beijo que ele não teve, do ano novo que ele não comemorou… É uma cena muito pesada e realmente é de fazer derramar lágrimas, no personagem e no leitor.

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Bokurano

Já falei sobre Bakurano no meu até entao único (prometo que um dia continuo) audio-review e acho que essa imagem retrata muito bem toda a essência trágica do mangá. Todo o desespero e a ponta de esperança que logo em seguida é derrubada pela mais triste e cruel realidade.

Todas as luzes foram apagadas, todos morreram, está ali escancarado, não há como refutar ou tentar encontrar alguma luz de esperança, não há esperança, ninguém sobreviveu pra contar a história de heroísmo das 12 crianças, é o fim, é trágico e ninguém saiu feliz. A melancólica e fria realidade depois da tempestade de matanças,  isso é Bokurano e essa página ficará pra sempre na minha cabeça.

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Onani Master Kurosawa

Escolha óbvia, mas excelente. Acho que desde o momento em que o Kurosawa encontrou a pintura e desistiu de sua “missão”, já era aparente de que ele iria se revelar como culpado para a classe, mas mesmo assim, toda construção, todo o timing e os elementos foram tão bem encaixados que quando aconteceu, e ainda por cima  na  unica (tirando a pintura né) página dupla de toda série, foi simplesmente impactante demais.

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Real

Essa imagem é um pouco recente, talvez eu a esteja colocando aqui somente pelo hype momentâneo, mas acho que esse foi um dos melhores momentos de Real. Também não é por nada, acredito que Nomiya seja o personagem favorito de qualquer pessoa que leia o mangá, não que os outro sejam ruins, mas olha com quem eles tão competindo, é o carisma e a “identificação” em pessoa.

Nesse episódio, nos deparamos com Nomyia começando a encontrar um caminho a seguir na sua vida. Ele está começando a levar o basquete pra valer, mas é então que quando as coisas parecem que estão andando bem, que o personagem é derrubado (físico e mentalmente) pelo seu rival. No pânico da tragédia, Nomyia lembra do momento em que sofreu o acidente que causou a paraplegia na garota e se pergunta “Is this despair?”, mas se deparando com o real desespero do acidente, ele logo já responde “No… THIS IS JOY”. Fazendo arrepiar os pelos de qualquer leitor. Sem duvida o melhor momento do personagem na série.

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Shamo

Pra mim não há uma dúvida se quer de que o auge de Shamo foi a luta contra o Sugawara. Tuda a expectativa montada, todos os plot-twists e toda a emoção da luta foram incríveis, talvez uma das melhores batalhas já realizadas em mangás de lutas.

Nessa cena especificamente, temos o momento no qual o Ryo descobre que na verdade ele é e sempre foi canhoto. Mudando então de posição e socando com a mão esquerda, o soco do personagem cruza com o soco de Sugawra e então o autor faz questão de , mais uma vez, lembrar de que por mais que nós torçamos e temos empatia pelo Ryo, ele sempre vai ser o Diabo Canhoto. O autor não nos deixa esquecer de que Ryo é vilão da história, ao mesmo tempo em que não nos deixa de perder a compaixão pelo protagonista. É uma relação masoquista que em nenhum momento nos deixa relaxar.

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Hikaru no Go

Sempre fico um pouco receoso quando vou falar de Hikaru no Go por aqui, não sei se dá pra considerar esse mangá underground. Sei que é relativamente conhecido, mas acho que as pessoas não falam dele tanto quanto deveriam, nunca é citado em listas e acho que nunca vi uma análise mais aprofundada sobre vários temos muito interessantes que vemos no mangá, tem coisa bem profunda nele, daria pra tecer boa analises. Além de ser o melhor exemplo de desenvolvimento vagaroso de personagem, nunca vi isso sendo tão feito em nenhum outro mangá =/

De qualquer jeito, temos aqui o grande separador de águas do mangá, muitos acreditam que daqui pra frente a história só piora, mas pra mim deste momento em diante a coisa só fica melhor. Só pensar na própria genialidade dessa cena, mesmo com todos os avisos do Sai, sobre como ele iria desparecer em breve, acredito que ninguém esperava que iria acontecer dessa forma. Foi tudo tão repentino, não houve uma despedida dramática nem choradeiras, o Sai simplesmente sumiu, tão crível quanto uma morte na vida real. Tanto que provavelmente muita gente esperava até o fim da obra o retorno do personagem, ficando assim como o Hikaru ficou: na negação. Tão cru, tão real, tão genial… eu acho pelo menos.

Torrent // Tem nas bancas 😉

Oyasumi Punpun

Oyasumi Punpun provavelmente tem páginas duplas bem mais tocantes e emocionantes que essa, mas sei lá, fiquei com vontade de colocar essa mesmo. Quando vi ela na pesquisa do google simplesmente me deu uma certa nostalgia do começo de Punpun e de como as coisas nesse mangá tão simples e tão complicadas ao mesmo tempo, acho que essa página passa bem algumas essências da obra.

Era o momento no qual o Punpun estava começando a ganhar esperanças. Ele estava aliviado de sua mãe ter caído da escada, porque assim ele não teria que ver a Aiko que iria matar ele, ele até estava começando a achar que os dois iriam rir da situação. Mas nada é tão simples, e no meio da viagem aparecem duas páginas trágicas, uma com a Aiko reconhecendo o Punpun no carro e outra com ela chorando com a decepção. Foi nesse momento que o personagem principal “aprendeu” que não é o bastante parar de pensar nos problemas, eles não vão sumir assim, e preciso tomar atitudes. Lição essa que ele e todos nós constantemente esquecemos, acho que isso resume bem essa fase inicial do mangá. Lições que qualquer criança aprende, mas que mesmo quando cresce nunca consegue seguir.

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