Recomendação da Semana: Kamisama no Iutoori

Quando estreou a série Enigma na revista Shonen Jump, vi muita gente nomeando a série como “Jogos Mortais dos mangás“. Mas para quem conhecia um pouco sobre a história e o clima editorial da Shonen Jump, já era óbvio que não seria nem um pouco sanguinário, uma vez que isso não faz mais o estilo atual da revista e tampouco é o que o público está esperando. E estavam todos certos: não tem como surgir um “Jogos Mortais” numa revista Shonen.

Pelo menos não na Shonen Jump. Fora dela foi possível surgir um jovem e promissor sucesso: Kamisama no Iutoori.


Esse mangá é proveniente das páginas da jovem revista mensal Bessatsu Shonen Magazine, casa de mangás com temática mais “madura“, como Shingeki no Kyojin, Animal Land e Aku no Hana, mas que mantém a pegada shonen. A série é desenhado por Akeshi Fujimura e escrita por Muneyuki Kaneshiro e conta atualmente com apenas 2 volumes.

Os scans em inglês (como dá para ver no MangaUpdates) estão praticamente acompanhando os atuais. Já em português, tem apenas um capítulo traduzido até agora (pelo Koisei Scans, chorem com eles pra continuarem, se gostarem do primeiro capítulo). Mas vamos à série.


Sinopse

Kamisama no Iutoori (algo como Como o Deus da Morte Diz) acompanha a história de Takahata Shun, um aluno normal e sem nada de especial que se vê, junto de seus colegas de classe, presos em uma situação bizarra: num dia comum de aula, a cabeça de seu professor explode e de dentro do corpo sai um boneco Daruma (o mesmo da imagem da capa do primeiro volume acima). O boneco então inicia uma brincadeira típica japonesa chamada Daruma ga Koronda, na qual você só pode se movimentar quando o Daruma não estiver olhando; se você se mexer, perde o jogo. Porém, nessa situação, o “perder o jogo” significa também ter sua cabeça explodida! E o objetivo no jogo é tentarem alcançar o Daruma e desligá-lo antes de atingir o tempo limite, onde todos morreriam.

Mas após vencer este desafio, Shun descobre que este é apenas o primeiro dos jogos infantis sanguinários que ele precisará encarar. Shun e seus amigos não sabem o motivo disto estar acontecendo, mas não têm outra escolha senão continuar jogando para conseguir sobreviver.

Porque Ler

A sinopse denota que Kamisama no Iutoori é mais um dos mangás do estilo “jogue ou morra”, que já vimos em vários outros mangás como Battle Royale, Mirai Nikki, Doubt, o já citado Enigma (embora ninguém morra nesse), Psyren (à princípio), entre outros.

O legal aqui é ver como esse conceito foi transportado para uma pegada shonen, porém ainda assim mais realista e, ao mesmo tempo, sobrenatural; os jogos são totalmente sobrenaturais e não têm explicação, mas os personagens são pessoais normais, sem poderes, habilidades mágicas, e inclusive desconhecem totalmente o que está acontecendo. Nós também não sabemos o que está acontecendo e vamos descobrindo junto com os personagens.

Outro ponto interessante é a carnificina que o mangá é. Não há cenas de gore extremo, mas cabeças sendo arrancadas e corpos dilacerados são extremamente comuns. Serve inclusive para tirar o gostinho doce, leve e alegre que Enigma deixou sobre os “surviving games“. E como todo mangá que se preza do gênero, você nunca sabe quando alguém pode morrer, então fica com aquele medo de se apegar aos personagens, bem como ficará tentando adivinhar quem vai fazer cagada primeiro e morrer para o jogo.

O mangá aparentemente está fazendo sucesso lá no Japão, uma vez que a cada 2 ou 3 capítulos nessa sua vida curta, ele recebeu páginas coloridas na revista (e como sabemos, isso é um privilégio de poucos, ainda mais em revistas mensais).

Algo que vale anotar também é que não precisa-se ter conhecimento em jogos infantis japoneses para entender o que está acontecendo; embora alguns jogos sejam tipicamente de lá, eles são bem explicados e dá para entender facilmente. E além disso, também existem jogos que nós conhecemos por aqui, como um simples “pular corda” (sim, isso é deixado de forma extremamente violenta), ou “cabo de guerra” (idem).

Então a recomendação de hoje é pra você, além de ver uma história interessante, também ver o que está vindo aí na nova geração de shonens, com uma cara moderna para o adolescente da década de 10.  Ah, e cuidado pra não confundir com os outros vários mangás shoujo com o mesmo nome!

Por Guilherme Estranho

8 comentários

  1. Esse mangá é bizarramente legal!
    Também é bastante perturbador, justamente por usar brincadeiras de infância como pano de fundo pra uma trama de terror/horror e isso incomoda qualquer um, afinal de contas todos nós fomos (ou somos, pros novinhos lol) crianças e brincamos de formas semelhantes às mostradas no mangá.

    Recomendo forte, pois o mangá é foda!

  2. Acabei de devorar os 12 capítulos que já saíram em inglês. *Ainda tô suando*
    Que mangá incrível! O rítmo é muito rápido, não de maneira corrida para disfarçar as imperfeições da história, mas sim pela fluidez. Na minha opinião o começo é um pouco lento, mas depois tudo se passa tão rápido que mal dá tempo de respirar. Aguentar esperar um capítulo por mês vai ser o maior desafio dos leitores desse mangá. *Tipo eu*
    Obs.: Amaya, que tipo de ser humano é você?
    Preciso ler mais! OH YESSSS

  3. Voltei pra comentar que fizemos uma parceria e agora a OMG Scans e a Koisei Scans estão juntas pra agilizar os lançamentos de Kamisama no Iutoori /o/

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