Top 7 – Mangás alternativos que venderiam no Brasil

A editora L&PM está entrando no mercado de mangás e logo de cara já está se tornando minha editora favorita, acontece que logo de estreia ela está trazendo 2 mangás que fogem do padrão que vemos nas bancas brasileiras: Solanin (Inio Asano) e  Boken Shounen (Mitsuru Adachi).
Não vou desprezar o trabalho da Panini com relação a publicação de títulos alternativos (JBC não vale a pena nem comentar), se hoje em dia temos Homunculus, MPD Psycho, Berserk, Lobo Solitário, entre outros títulos do tipo nas bancas, é graças à aposta da editora de que daria certo, e realmente acredito que está dando. Claro que fica difícil comentar sem dados de vendas, mas realmente acredito que Gantz, Berserk e NHK estejam entre os títulos mais vendidos da editora.

Acontece que o público que comprava DragonBall e CDZ há uns anos atrás já não é mais o mesmo de hoje, já está mais crescido e exige títulos que atendem ao seu gosto atual e a panini soube atender à estes pedidos com excelência.
Mesmo assim, Solanin porra! Juro, que mesmo com a panini lançando títulos mais adultos, achei que iria demorar anos para que eu visse uma mangá desse tipo por aqui, ainda mais do meu Mangaka favorito. Não me faltam motivos pra comemorar, e foi com toda exaustão na cabeça que comecei a pensar se Solanin venderia ou não no Brasil, acho sinceramente que sim, é um titulo que concorreu ao prêmio Eisner, elogiadíssimo, vai receber atenção não só da mídia de mangás/anime, mas também de Comics e blogs de cultura pop geral, é um título que realmente pode trazer novos leitores para o mercado, diferentemente de um relançamento de CDZ que não acrescenta nada de novo.

Foram com esses pensamentos na cabeça que resolvi fazer um Top7 com títulos mais alternativos que, ao menos na minha opinião, teriam altas chances de vendas no mercado brasileiro. (alternativo é relativo, entenda como quiser).
Só alguns detalhes, Solanin certamente estaria na lista se L&PM não estivessem lançando, também  não coloquei nenhuma obra do Tezuka porque a newpop já tá fazendo um bom trabalho com isso…..até então.

7- 20th Century Boys (Naoki Urasawa)

Bom, esse é de difícil a impossível a publicação dele aqui no Brasil. Acontece que para poder lançar 20thCB é necessário, como acredito que já seja de conhecimento geral, a publicação completa do titulo anterior do Urasawa, Monster. E aqui nos deparamos com essa maravilhosa herança deixada pela editora Conrad, que é a publicação falha e cancelada na metade desse maravilhoso mangá.
Mesmo assim, acredito que venderia bem, Monster é um ótimo título (melhor que o comentado na minha opinião), mas realmente não vendeu muito bem, nem mesmo lá fora, mas é um preço a se pagar pra poder publicar 20thCB, um título de grande renome, ganhador de Eisner, teve filmes, teoricamente tem tudo pra dar certo. O problema, na minha opinião, é que ele ainda tem um estilo muito “oriental”, e não atrairia muita gente que não conhece o título anteriormente, a não ser que tenho uma boa campanha de marketing em cima, por isso considero essa publicação como uma aposta, então resolvi colocar em 7º lugar.

6 – Real (Takehiko Inoue)

Esse aqui também é mais um aposta do qualquer coisa, mas realmente poderia vender bem. Antes de mais nada temos o mais do conhecido nome do deus Takehiko Inoue, o que já garante uma certa base de venda, já que apesar de ter abandonado, Vagabond vendeu bem pra Conrad, caso contrário não teriam lançado uma edição de luxo.
No entanto, mais do que a própria grandeza da obra, vejo mais é uma pequena aposta na temática dela. Real trata sobre o basquete em cadeiras de rodas, e não é por nada não, mas a mídia adora esse negócio de inclusão social de deficientes e tal então, quem sabe, QUEM SABE, com uma campanha de marketing, poderia ganhar uma atenção de algumas mídias que não tem relação com mangás, tipo outros blogs, jornais, revistas… Sei lá, é uma aposta pequena, mas vale a pena, de qualquer jeito acho que Real venderia sem nenhuma atenção especial mesmo, a obra é muito boa por si só.

5 – Omoide Emanon

Não sei muito bem porque resolvi colocar esse mangá na lista pra falar a verdade, acho que é mais uma intuição e um gosto pessoal meu mais do que qualquer outra coisa, mas acho que Omoide Emanon merece uma chance, é um ótimo mangá, muito lindo, com uma bela e apelativa capa, não sei se atrairia nenhum público mais diferente do que já tem, mas acho que seria uma bela aquisição para o mercado de mangás.
Alem do que, é um título de um só volume, o que realmente temos a perder? Também é um mangá bem parecido com os dois lançamentos da L&PM, curto, mais adulto, uma história melancólica, se Solanin der certo, eu imediatamente já pensaria em uma possível publicação de Omoide no Emanon, enfim fica a dica.

4 – Gyo (Junji Ito)

Sinceramente, não sei se mangá de terror é um gênero que vá algum dia fazer sucesso no Brasil, mas uma coisa é certa, pra começar tem que ser com Junji Ito. Não tem jeito, ele é o cara perfeito para começar a explorar o gênero no Brasil, as histórias são boas, é conhecido e a arte, que é onde a maioria dos mangás de terror falham, é simplesmente fantástica.
Conrad não poderia ter acertado mais em ter lançado Uzumaki, o melhor do melhor, só não tenho certeza se vendeu tão bem já que não lançaram mais nada do autor depois, provavelmente teve uma venda relativamente boa sim, já que se não me engano, foi lançado até um box depois.
Mesmo que Uzumaki NÃO tenha vendido tão bem, Gyo ainda é uma ótima escolha. Acho que é um título bem mais apelativo, tem uma capa que evidencia bem mais que se trata de um terror e não é tão pesado quento Uzumaki, Gyo na verdade é até divertido (sério!) em algum partes mais do que é assustador.
Além do que está chegando um versão animada do mangá, então novamente tem tudo pra dar certo, o gênero merece no mínimo mais uma chance nas bancas nacionais.

3-  Akumetsu

Akumetsu, como já comentei por aqui, é aquele tipo de mangá que agrada a todos e todas, tem ação, aventura, romance, comédia e apesar de possuir também um certo grau de violência, é bem divertido e intrigante. Coloquei Akumetsu na lista principalmente pelo seu poder de talvez poder atrair um publico diferente para o mercado.
O manga em questão tem estilo mais rebuscado mais grosseiro e ouso até dizer mais Americanizado do que o suave e costumeiro traço de mangás. Acho na verdade que o mangá tem todo um estilo muito mais perto de comics do que de mangás, por isso seria uma boa opção, já que gêneros alternativos precisam de um público além do padrão para poderem vender, e as comics tem publico pra dar e vender.

2-  Yotsuba&!

Não sei até aonde dá pra considerar essa obra alternativa, mas vamos lá. Yotsubato é mais um daqueles títulos de grande renome, mesmo por quem não é muito conhecido de mangás, é de um autor que já tinha um título famoso, concorreu a um Eisner, é bom….. é simplesmente a coisa mais adorável que você jamais irá ler. Não há motivo algum pra alguém não gostar de Yotsubato, digo mais, que não gosta simplesmente não deve ter um coração, é simples assim. Além do que fez um sucesso desgraçado nos EUA e Europa, então não tem motivo pra não fazer sucesso aqui.

1- Biomega (Tsutomu Nihei)

Biomega é um mangá que foi lançado lá fora e deu certo. Seria também uma boa aposta pro mercado brasileiro, primeiramente pela qualidade da obra ser praticamente inquestionável, segundo o estilo artístico e o traço de Tsutomu Nihei são claramente de um mangá, mas são muito mais puxadas para um cyber-punk do qualquer outro, é quase um mangá-não-mangá, se é que isso faz sentido. Bom, esse estilo diferenciado de Biomega, sem nem sombra de dúvida, atrairia um público muito mais amplo para o mercado de mangás, que ao menos em meu ponto de vista, é o principal objetivo com essas publicações mais alternativas.
SailorMoon e CDZ vendem? É claro que vendem, mas vendem  pra quem? Para o público de sempre, fãs de mangás/anime e nostálgicos, não estou recriminando nada nem ninguém (um pouco talvez), mas se o mercado de mangás quer crescer, ele tem que perceber que o seu próprio público está mudando, e mais do que isso, precisa ampliar o mercado e buscar um novo publico consumidor e Biomega certamente cumpriria essa missão com excelência.

E vocês qual mangá não publicado venderia bem no Brasil?

11 comentários

  1. Acho que, acima de tudo, as editoras precisam, e muito, arriscar mais. E podem começar devagar como está fazendo a citada LP&M. Sem tentar explorar o mercado, ficaremos presos para sempre em shonens padrão e shoujos (que por definição, já são padrão *comentário preconceituoso*). E a chave pra fazer existir público pra esses títulos, é atrair gente de fora do mundo dos mangás.Vejo que muitos fãs de quadrinhos (ou mesmo não leitores de quadrinhos) não exploram os mangás justamente por achar ser algo infantilóide. E sempre que vem um título com mais impacto no nome e boa recepção de críticas (não é o caso de MPD Psycho e Homunculus, que não eram muito conhecidos antes de virem), as pessoas dão uma chance pra ele, como foi o caso de Nausicaä anos atrás, ou Golgo 13, recentemente. Por isso, pra mim é essencial que venham em primeiro momento, títulos curtos e concluídos, para formar público, seguidos por títulos longos e concluídos, pra só depois arriscar mangás em publicação.Concordo com grande parte da lista. Mas não colocaria Biomega como primeiro. O Nihei é foda, mas infelizmente não é pra qualquer um. Muitos "não-iniciados" reclamariam da falta de contextualização, explicações e das ocasionais confusões visuais causados pelo traço carregado e detalhista dele. Biomega seria ótimo no mercado; mas só depois que outros títulos abrissem passagem pra ele.No caso de REAL, acho que o entrave é o que citei antes: não ser concluído. Alguém compra o título, chega no volume 10 e descobre que o mangá não acabou e sabe-se lá quando acaba!Acho que títulos como Akumetsu ou 20th Century Boys são bons para vir num segundo momento, como citei. Em primeiro momento, poderiam vir outros títulos de Asano Inio (quase sempre curtos e cativantes), títulos do Junji Ito (sempre curtos), Waters, Planetes… seriam uma boa abertura, na minha opinião.

  2. Seria um sonho ver isso ai ser publicado com qualidade, hein. Pow Biomega meio que depende de Blame! e Noise, isso é um pouco foda. Além disso, como citaram, Biomega não é para qualquer um. Já os garotos do século 20 nem é mais alternativo, além do Urasawa já ser bem famoso (pelo menos na internet). Ainda assim, concordo que antes de 20th CB deva ser publicado Monster em sua totalidade, até porque este tem enrolações mais coerentes.De resto é bem o que você e o leitor acima disseram, os títulos são bons e o público aqui no Brasil é acostumado com mangas e animes muito superficiais (canso de ver gente falando que chorou vendo naturo, imagina se pegam um Punpun para ler ou assistem um 5cm/s?), mas nada que não possa ser mudado com uma leva de bons mangas publicados com seriedade. O maior problema de é não acabar o que começaram e as falhas técnicas na hora de produzir/traduzir. Fala sério, é ruim demais a gana por ler o próximo capítulo, esperar o lançamento do próximo volume ou o fim dos hiatos e não ter nem previsão de quando ou se isso vai acontecer =|

  3. Ah, Biomega foi o 1º mangá de Tsutomu Nihei que eu li, e não achei que atrapalhou muito com o sequenciamento das histórias. Consegui entender tranquilamente.Coloquei Biomega, principalmente porque é um mangá curto (6 volumes) e exatamente por esse estilo dele agrada a poucos. É diferente dos mangás costumeiros que vemos por ai, quase nem parece um mangá, por isso acho que iria atrair um público mais diferente para o mercado.Parando pra pensar Real fica realmente inviável por estar incompleto, mas é só fazer o título trimestral, compensando com uma maior qualidade e tratamento em edição. A Viz fez uma edição lá nos EUA e acho que deu bastante certo, por isso que coloquei também.

  4. De todos os mangás citados, apenas Akumetsu e Yotsuba não tem autores que, para mim, mereceriam ter todos seus mangás publicados. Naoki Urasawa, Inio Asano, Takehiko Inoue, Junji Ito, Kenji Tsuruta e Totsumo Nihei são todos grandes mestres do mangá, sendo o menos conhecido dentre esses Kenji Tsuruta, autor de Memórias de Emanon (Omoide Emanon, em japonês). Porém, Memórias de Emanon (e qualquer outro mangá do Kenji Tsuruta) é um mangá que eu colocaria do lado da minha cama pra ler e ficar admirando a arte toda noite, é um dos amngás com a arte mais bonita que eu já vi, sem contar o estilo único de Tsuruta.Inio Asano é o grande mestre do drama nos mangás, e eu não conheço um mangá dele que precise melhorar o traço, qualquer mangá dele vale a pena ser lido, pricipalmente porque seus mangás são relativamente curtos comparados a sucessos shounen, ou seja, é um autor que "cabe no bolso".Naoki Urasawa, como você disse, é um deus. Precisa falar mais?Caramba, eu vou falar de todos os autores? Vou!Junji Ito e Tostsumo Nihei se enquadram na mesma descrição, cada um deles é o melhor no que faz. Junji Ito é um ótimo mangaka de terror, enquanto Tostumo Nihei tem um traço "dark" e eu adoro seu estilo de ficção científica, outro mangaka que seria compra certa pra mim.Agora eu queria fazer uma sugestão pro autor: você já leu algum mangá de Yukinobu Hoshino? Ele é o mestre da ficção científica (seria para os mangás de ficção científica o que Asano Inio é pra os mangás de drama) e só teve um mangá publicado no Brasil até hoje que foi, infelizmente, um mangá que não é de ficção científica; se fosse pra publica Yukinobu, teriam que ter lançado algo de sci-fi. Enfim, acho que ele caberia nessa lista com seu mangá mais famosos, Blue Hole (o qual eu nunca li…)Parabéns por mais uma postagem muito legal!

  5. SaudaçõesEu posso opinar, com toda a sinceridade, que gostaria muito de ver Yotsubato sendo publicado no Brasil. Pelo pouco que conheço da obra (da história, para ser mais preciso) me cativou prontamente, especialmente naquilo que tange ao segmento ao melhor estilo [slice-of-life] de ser. Realmente aguardo ansioso por, um dia, ter tal confirmação desta obra em nosso País.Gyo é uma obra que também chama a minha atenção. Depois que li sobre a mesma em um ótimo texto da Roberta no [Elfen Lied Brasil], minha curiosidade em muito aumentou. Não vejo tanta pretensiosidade em vê-la publicada no nosso País, mas muito me animaria em poder lê-la com assiduidade e, assim, comprovar o quão de teor apocalíptico a mesma tem.E Solanin já está chegando para abrir as nossas portas para estes mangás… Acho que a esperança, oficialmente, se faz renovar, hehe…Um ótimo texto. Parabéns.Até mais!OBS: não querendo ser chato, gostaria de solicitar parceria entre o seu blog e o meu, o [NETOIN!]. Achei muito legal o [Mangás Undergrounds], e gostaria de ter o nome dele entre os parceiros do meu blog.Grato por sua atenção.

  6. SaudaçõesGrato pela resposta.O tradicional texto de apresentação da parceria estará disponível no domingo, 06/11/11, à meia-noite.Desde agora, no anseio de que a parceria entre os nossos blogs seja duradoura.Até mais!

  7. Acho que a Panini vem desenvolvendo um bom trabalho quanto a titulos alternativos, levando em consideração o mercado nacional de mangás; e o fato da LP&M ter se iniciado com Solanin, por exemplo, é um indício de que vale a pena apostar no segmento. Mas para que outras editoras passem a investir em gêneros mais ousados é preciso viabilizar sua publicação, porque, querendo ou não, elas estão é preocupadas com as vendagens, e uma forma de apostar sem correr grandes riscos é publicar séries com um maior apelo comercial, como Akira e Kamen Rider, ou mesmo Blame! e Berusaiyu no Bara. Fora que os mercados europeu e gringo influenciam muito nas escolhas, então é mais provável que vejamos coisas como Tokyo Magnitude 8, Alive e Sidooh. Mas, pra mim, se as editoras brazucas simplesmente publicassem seus mangás até o fim (cadê MPD Psycho e Mugen no Junnin?)já estaria de bom tamanho.

  8. É realmente um espanto ver Solanin sendo publicado no Brasil.Eu estou lendo esse mangá e, o que antes para mim não era mais que um romance babaca, se tornou um Norwegian Wood dos mangás.Certamente este se tornará um dos meus mangás favoritos.Parabéns pela aposta corajosa da editora LP&M.Quanto ao seu top 7 de mangás que venderiam no Brasil, ele está muito bom. Apenas não concordo com o último título citado.Tsutomu Nihei já é um conhecido do mercado nacional, afinal nos idos de 2008-2009 tivemos a publicação de Abara pela panini.Talvez algo de mais renome do autor, como Blame! por exemplo, seja melhor.Quanto à editora LP&M, vamos ver se ela sobreviverá nesse ramo.

  9. Anonymous2 diz =Com uma consulta rápida nas pesquisas do Google tem milhares de artigos relacionados e por consequinte devem haver mais muitos milhares leitores e clientela pra engrossar este coro de interessados nestas obras,sendo três delas já sazonalmente postadas por aqui. ;)No fim está todo mundo ao sabor de alguma tacada empreendedora de uma editora competente e bem disposta a simplesmente não frustrar os leitores.Faltando afamigerada qualidade e uma certa 'pesquisa de mercado'…e sobrando vontande do público ter a obra desejada na estante. ;(

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