Taiyo Matsumoto utiliza a mesma fórmula de Takemitsu Zamurai neste mangá, e desta vemos temos “Um mangá igual a qualquer manga de esportes que você já tenha lido, mas diferente de qualquer mangá de esportes que você já tenha lido” : Ping Pong.
Já conhecia esse mangá faz um bom tempo, mas estava enrolando bastante pra ler, primeiramente porque só de passar os olhos, a arte não tinha me agradado muito, toda torta e deformada, parecia mais um rabisco, além do que, mesmo sendo uma obra do Taiyo Matsumoto, é um manga sobre ping pong. “Sério? Ping Pong? Deve ser uma bela de uma merda.” Ao menos esses os meus pensamentos iniciais, mas devido aos grandes elogios, e por ser um mangá do Matsumoto, resolve tomar coragem na cara e dar uma lida.
A historia se resolve basicamente em dois garotos, o hiperativo Peko e o desanimado Smile. Os dois são amigos desde a infância e são ambos talentosos jogadores de ping pong. Mesmo sendo jogadores, os dois são muito diferentes no estilo de jogo, tanto tecnicamente, quanto emocionalmente. Enquanto o Peko é mais focado na vitória e até chega a chorar toda vez que perde, o Smile já é mais quieto e chega até a perder de propósito só para que o seu adversário não se sinta mal.
Assim a historia se desenvolve em torno dos dois e mostra como o ping pong afeta as suas vidas, tudo anda normal, até o dia em que o técnico do clube de ping pong percebe o incrível potencial escondido por trás de Smile e assim resolve treina-lo para que adquira o espírito de um verdadeiro atleta.
Resolvi ler o mangá porque escutava muitas criticas falando que na verdade esse é um mangá que fala sobre muito mais do que só ping pong, que há toda um profundidade e complexidade na obra , que se analisada por outro ponto de vista revele grandes pensamentos, mas sinceramente eu não podia discordar mais sobre essa opinião.
Digo, Ping Pong realmente traz uma sensação de profundidade e originalidade do que um simples mangá de esporte, mas isso na verdade não passa de uma impressão causada pela arte diferenciada (que já irei falar). Se formos analisar cruamente, Ping Pong não passa de mais um mangá de esporte, ele tem todos os clichês possíveis, um jogador que era bom, decaiu e depois deu a volta por cima, o atleta com o talento escondido, a atenção especial para os jogos, o treinamento intensivo, e muito mais.
No entanto, apesar de ser um clichê, não achei Ping Pong um mangá ruim não (e isso sem nem considerar a arte), admito que o começo do mangá é bem desagradável, a arte não agrada nem um pouco, a história parece sem rumo, e os personagens são introduzidos sem uma apresentação adequada, mas após a primeira partida de verdade, vemos o potencial que Ping Pong tem e ficamos muito empolgados, dali pra frente a leitura flui de forma bem mais agradável, e como em qualquer outro mangá de esportes ficamos muito ansiosos pela hora do jogo.
Deixando a historia de lado, a arte de Taiyo Matsumoto é mais uma vez um espetáculo a parte, a pesar de não combinar muito bem com cenas mais paradas e converas, ela casa perfeitamente com os jogos de ping pong, toda a emoção e os movimentos são sentidos na pele, alias, aqui já conseguimos ver o surgimento e crescimento de alguns efeitos que seriam usados mais futuramente em Takemitsu Zamurai. É algo realmente único e original, você simplesmente não achará nenhum outro mangá com uma arte assim, alguns podem gostar, outros vão odiar, mas acho que só pelas imagens deste post, é necessário admitir que ela tem no mínimo pontos altos.
Enfim, o começo do mangá é algo difícil de se superar, mas acho que vale a pena encarar, a história é um pouco clichê mas acaba tendo um clima muito agradável, perincipalmente no final, e apesar da arte um pouco excêntrica, acho que este é um mangá que irá agradar a maioria esmagadora de seus leitores, não importando quem sejam eles, sendo assim…
Eu recomendo Ping Pong……o mangá.
A arte soa grosseira e feia como a aparência física de certas pessoas na vida real,exceto em ênfases em certas desproporções físicas.E as cenas de ação dão muito bem a idéia de animação e das expressões intensas e variadas nos desenrolares destes combates esportivos.Destoa um pouco de um "underground mais ortodoxo",por outro lado mantém uma sensação de proximidade e envolvimento ao leitor.