Igual a qualquer manga de samurai que você já tenha lido, mas diferente de qualquer mangá de samurai que você já tenha lido: Takemitsu Zamurai
Este mangá , com arte do aclamado Taiyo Matsumoto (Ping-pong, No.5, Tekkon Kinkreet) e roteiro de Issei Eifuku, conta a história de Senou, um samurai viajante aramado somente de uma espada de bambo, que um dia ao se hospedar em uma cidade pacata, resolve largar sua vida de guerreiro e se dedicar à um novo estilo mais tranquilo sendo professor das crianças da vila, mas nada é tão simples e por mais que queira largar, Senou tem guardado dentro de si um violento instinto que pode ser libertado a qualquer momento.
Apesar de parecer mais uma historia de aventura e ação, a história começa com um clima bem mais slice-of-life do qualquer outra coisa. Estes primeiros capitulos se parecem muito com o começo de Rurouni Kenshin, e acaba demorando um pouco pra pegar um bom ritmo, são vários pequenos arcos sem muita relação um com o outro, mas sempre com um clima de suspense no fundo, com uma sensação de uma coisa muito ruim pode acontecer a qualquer momento.
Com essa comparação e com essa pequena sinópse, dá pra perceber que Takemitsu Zamurai não é o maior exemplo de originalidade de roteiro, não estou dizendo que o autor copiou algum outro mangá, mas essa historia de “Samurai viajante com passado obscuro”, já virou praticamente um clichê. No entanto acredito que a intensão do Taiyo não era reinventar roteiros, se quisesse ele mesmo teria escrito o mangá (já provou que tem capacidade em ping-pong), acredito eu que ele deixou essa tarefa a cargo de outra pessoa, exatamente pra que pudesse se concentrar em outra coisa: a arte. Oh! Mas que arte.
Eu, como a grande maioria das pessoas, sempre tive uma cabeça muito fechada pra arte (continuo tendo alias, mas isso não vem ao caso), pra mim arte sempre foi detalhismo. Apesar de ter tido várias aulas e explicações sobre cubismo e arte moderna, nunca consegui me identificar com nenhuma dessas pseudo-artes, apesar de talvez ser profundo, simplesmente não me traz nenhum sentimento nem emoção. Mas recentemente posso dizer que dois mangás me provaram errado em relação à essa mentalidade. Primeiro Oyasumi Punpun (ainda farei um review completo) e agora mais recentemente Takemitsu Zamurai.
Tudo bem que nos dois casos temos a narrativa para auxiliar o efeito que o autor quer causar, então ainda é bem diferente das outras manifestações artísticas, mas mesmo assim ainda fogem bastante do “Bonito porque é detalhado”. Punpun alias é exatamente o oposto, impressiona pela simplicidade, mas este não é o assunto agora…
O traço de Takemitsu Zamurai remete claramente ao estilo artístico no Japão da era Edo, mas Taiyo vai além de somente se basear no passado pra escrever no presente, a sensação que o mangá traz é de que se alguém fosse escrever um mangá naquela época, seria um mangá assim. Sinceramente acho que era esse o objetivo do mangaka desde o começo e digo com boca cheia que ele alcançou com perfeição, se eu não soubesse nada da obra e alguém chegasse pra mim com esse mangá e me falasse que ele foi escrito séculos atrás e restaurado, não me custaria muito a acreditar (que exagero).
Talvez eu esteja causando, para alguns, a impressão de que Taiyo Matsumoto é só algum excêntrico metido e que esse mangá irá agradar a um público muito especifico, mas na verdade acredito que não seja bem assim. Claro que é necessário, no começo, um pequeno esforço pra entender a arte, que consegue ser muito confusa as vezes, mas quando se acostuma todo quadro brilha, começamos a reparar em coisas que não reparávamos antes e finalmente entendemos o quanto foi trabalhoso fazer aquilo.
Muitos podem dizer que apreciar ou não esse estilo vai depender muito do gosto, mas acho que, guardadas as devidas proporções, é parecido com Dorohedoro neste aspecto. Em mangá que não é muito gradavel no começo da leitura, é bem sujo e poluido, mas assim que pegamos o ritmo percebemos a genialidade escondida por traz.
Enfim, se você gosta de historias de samurais, quer apreciar uma arte totalmente única, ou simplesmente experimentar algo diferente, então…
Eu te recomendo, sem a mínima sombra de dúvida: Takemitsu Zamurai.
É um traço bem alongado certamente para supervalorizar alguma característica do enredo que na perspectiva da última imagem lembra um ar de frieza e superioridade.E ao pesquisar vi que tem mesmo associação deste estilo com o da Era Edo.Talvez também se interesse pelo traço exótico de Natsume Ono(autora do mangá em que se baseou o anime Ristorante Paradiso)que escreveu um outro anime,desta vez passado na Era Edo chamado de Sarai ya Goyou – House of Five Leaves,em 2010.O qual não vou deixar um link da imagem por desconhecer a política do blog quanto a isto.Ja ne!
@Anonymous Já sou conhecido da arte de Natsume Ono, realmente há uma certa semelhança com essa essa inspiração na Era Edo, mas eu diria que lembra mais pelo character design do que por qualquer outra coisa, a arte dessa mangá é realmente única, eu pelo menos nunca vi nada igual.E a política do blog é a Anarco-Monarquia, só eu posto e crio as leis, mas os súditos tem liberdade geral de refutar, fazer o que quiserem, e não seguir as leis também.
Understood "Vossa alteza de fachada"! ;]E realmente não deve ter uma semelhança além do traço entre Natsume Ono e este trabalho "Takemitsu Zamurai".
[…] Matsumoto utiliza a mesma fórmula de Takemitsu Zamurai neste mangá, e desta vemos temos “Um mangá igual a qualquer manga de esportes que você já […]