Após terminar de ver Mushishi (se você ainda não viu o anime, por favor, se retire), me encantei com o clima tranquilo e agradável criado pela autora Yuki Urushibara, sendo assim fui procurar mais obras da mangaka , encontrando acidentalmente seu mangá mais recente: Suiiki.
A história conta a vida de uma menina, Chinami, que em pleno escaldante verão, numa época de grande período de escassez de água, desmaia e acaba acordando em um pacata vila repleta de verde onde corre um rio claro e cristalino. Nesta vila Chinami encontra somente um menino e seu pai com que faz amizades, a garota resolve dormir lá e ao acordar “no outro dia” já está novamente em sua casa e percebe que era tudo um sonho… ou será que não?
Ao ler essa resenha tive a impressão que o mangá seria meio eco-chato, já que Mushishi sempre teve um clima natural/biológico e tal, mas Suiiki fala de tudo menos de natureza.
O enredo na verdade se foca é nos passares das gerações em torno da vila e da preservação da entidade familiar. A autora, agora com muito mais capítulos, do que o episódico mushishi, tem também mais tempo pra desenvolver os personagens.
A história tem um desenvolvimento lento e tranquilo, a autora vai avançando as gerações folha a folha sem se preocupar com tempo e dando a cada personagem bastante atenção e desenvolvimento, sendo até difícil falar se Chinami é ou não a personagem principal.
Aos poucos, a Mangáka consegue criar um forte vínculo entre os personagens e os leitores, mas principalmente entre a vila e os leitores. Cultivamos afeto e carinho pela vila e pelo suposto dragão nunca visto, vemos que os habitantes estão em perfeito equilíbrio com o meio e sentimos até um pouco de inveja (é ficou bem eco-chato mesmo).
Em vários momentos o avanço mais vagaroso é bem trabalhado e acaba dando um grande clima dramático e melancólico à vila e ao enredo em geral. No entanto muitas vezes essa lentidão faz o leitor quase dormir, não sei se estou muito acostumado com leituras mais rápidas de rítmo frenético, mas em momentos o mangá funciona quase como sonífero.
Talvez não seja um mangá feito pra ser lido todo de uma vez mesmo, leia 2 ou 3 capítulos, e volte quando lembrar, foi assim que funcionou pra mim e até que eu certo.
A arte é uma questão a parte, não há como negar a beleza das páginas coloridas, o cenário em geral no mangá é algo espetacular. O grande problema fica mesmo no character design, não sei se foi de propósito (já que são todos da mesma família), mas quase todos os personagens ficaram muito parecidos, causando até um certa confusão em algumas partes.
Em resumo, Yuki Urushibara fem um bom trabalho em Suiiki, é um ótimo mangá, não tão grandioso quanto sua obra anterior, mas consegue passar uma sensação parecida e um sentimento bom no final.
Sendo assim, se você gostou de Mushishi, e uma pessoa ligada à natureza ou simplesmente quer relaxar com uma boa história, então…
Eu te recomendo: Suiiki …zzzzzzzzzzzz.
Eu não li, porque não vi Mushishi 😡 Vou baixar, haha.
@Leonardo VarricchioHehehehehComentário inicial foi meio agressivo, mas acho que não seria necessário ver um pra ler o outro.Só acho que Mushishi é um anime obrigatório.Sem nem sombra de dúvida recomendo! É bom porque é um anime episódico, ou seja é só ver o primeiro ep. que dá pra ver o resto na ordem em que quiser.Sendo assim dá pra ver no ritmo em que quiser, ou ainda melhor, pesquisar quais são os melhores eps. e vê-los.Pessoalmente recomendo o ep 7 do arco-íris (é menos gay do que parece)ep.14 e ep.2.
Na primeira imagem lembrei logo daquele pântano viajante em Mushishi e em mais todos os seguintes se nota que Yuki Urushibara nos apresenta em Suiiki(Water)uma espécie de representação da convivência humana com a pintura(natureza) ou na menor das hipóteses com o pitoresco.Se em Mushishi focou mais no homem&criaturas( 'animais' => mushis),agora ela estendeumais fortemente nos fortes laços do homem&meio-ambiente.Sendo da mesma famíla e com menor interferência dos "penduricalhos" que a 'civilização' nos oferece seria cabível certa 'paridade visual',sem contar que tem que se acostumar para diferenciar melhor as feições doutras etnias.(Aposto que todos dizem isto: – ? é tudo igual!)Quanto a dose recomendada deve ser a indicada para ler&relaxar profundamente daí refletir e voltar quando disposto,assim evitando as overdoses.Lembranças do episódio 7 do arco-íris sobre legado & "apego a um momento específico de felicidade".Post Scriptum : E eu achando que faria um comentário brevíssimo ;]
Realmente, não tinha parado pra pensar sobre essa comparação com mushishi, de homem/animal e homem/natureza, certamente a intenção da autora foi essa.É que, em vários momentos, o mangá se foca tanto em relações familiares e legados/responsabilidades de gerações que até desfoca um pouco desse tema da natureza, mas certamente o tema central é sim a relação do homem com o meio.Assim como mushishi, cada capítulo tem como intuito tecer uma análise/critica, mas sempre sobre a base da relação homem/animal. Assim que enxergo pelo menos….. interessante.
Yuki Urushibara deve ter pensado nesta interpretação e em outras potencialidades ao propor diferentes equilíbrios & desequilíbrios possíveis entre seres vivos : Parasitismo,Cooperação,Mutualismo ou Simbiose,Comensalismo etc.É uma teoria que meio que elaborei um pouco mais conceitualmente neste momento.
Nossa, genial isso. Só nas histórias que lembro agora, realmente caberia muito bem essa análise. Fiquei até com vontade de rever Mushishi só pra ficar procurando interações biológicas em cada episódio.
Tks Gozaimasu!Às vezes dá mesmo vontade aquela vontade de rever as coisas só para nos observar e reavaliar com um maior discernimento que achamos ter apurado. ;]
Taí um mangá que provavelmente subaproveitamos na condição de ocidentais, já que o japonês tem uma relação bem peculiar com a natureza. Não só de respeito ou contemplação. Pelo menos uma boa base de xintoísmo seria interessante para aproveitar o título em seu máximo, eu acredito.
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