Real

O que acontece quando se une a simpatia e emoção de Slam Dunk com a profundidade e maturidade de Vagabond? Surge o melhor mangá de Takehiko Inoue: REAL.

Vamos começar com os seguintes dizeres: Takehiko Inoue tem a melhor arte apresentada em qualquer mangá já publicado em toda a história, isto é mais uma opinião do que um fato, mas realmente considero como verdade.

Essa arte toda não é demonstrada com todo o empenho em Real, mas sim em Vagabond, alguns volumes parecem rascunhados, no entanto pode ter certeza, o traço certamente é um dos grandes pontos fortes de Real.

O mote da história é basicamente o Basquete em cadeira de rodas, obviamente não é um “simples” shounen que nem Slam Dunk, a historia tem um alcance muito maior do que somente o esporte e foca mais é na vida pessoal dos jogadores e sobre nas dificuldade de cadeirantes em geral(esse termo é incorreto?, que se dane, vou usar mesmo assim).

O enredo tem se foca em 3 garotos:

Um delinquente ex-jogador (Nomiya), com o futuro perdido, acaba causando um acidente e faz com que uma menina perca o movimento das pernas. O jovem tenta então encontrar uma redenção com a garota e com si próprio.

Um já cadeirante (Togawa) que quando criança era um sprinter, mas devido à uma doença teve que amputar a própria perna. Acabou encontrando no esporte um novo motivo pra continuar sendo o mais veloz. Sendo assim a sua parte na história é mais voltado para os jogos de basquete mesmo, mostrando as regras, os jogadores e os jogos. É a parte “Slam Dunk” da história, mostrando o esforço do garoto pra provar que jogar não é o bastante é preciso vencer também e que mesmo sendo “deficiente” continua sendo um atleta.

Um “garoto perfeição” (Takahashi) que devido à um acidente perdeu os movimentos da cintura pra baixo, virando assim dentro de sua própria classificação uma pessoa de classe F. Assim servindo como referência e apresentação do mundo dos deficientes físicos para o leitor, demonstrando assim as dificuldades que um paraplégico passa todo dia, tanto de forma física quanto de forma psicológica, já que Takahashi não consegue encontrar motivos pra viver.

Todas as 3 historias são muito emocionantes. A atrapalhada e trágica redenção de Nomiya, o auge, a queda e a recuperação de Togawa e a quase impossível recuperação de Takahashi são de fazer cair lágrimas (masculinas) até do mais sólido concreto.

Todo esse drama não seria possível sem o trabalhado desenho do autor, tudo é representado do jeito que tem que ser. Desde o incrível esforço que um pessoas pode fazer só pra mover o próprio tronco, até a as detalhadas cadeiras de rodas, tudo foi muito bem pesquisado antes de ser colocado no papel.

A história demora um pouco pra tomar um rumo, até o fim do 1º volume não sabemos pra onde a historia vai nem quais são os objetivos e lemas de cada personagem. Mas assim que pega o ritmo, você encontrará o seu foco favorito e aguardará com ansiedade a vez dele aparecer.(Go go Nomiya)

Gosto de Real, porque não é como se o mangá esfregasse na sua cara “Tenha dó dos cadeirantes”. É exatamente o contrário, o autor tenta passar a lição de igualdade, o mangá não é uma bronca, é só um relato de 3 jovens e suas dificuldades.

Talvez o Inoue até queira passar uma bronca no leitor, mas faz isso bem discretamente, sem passar uma agressividade excessiva. E pra mim essa é a maior qualidade da obra.

Mesmo que não goste de basquete (se bem que se já tiver lido Slam Dunk, será de ótima referência), você irá gostar de Real, um mangá adulto, focado na realidade, com uma arte e com garantia de emoção até a última página (Ultima página que alias nem existe já que o mangá está em andamento).Sendo assim…

Recomendo pra todas e todos REAL.

12 comentários

  1. O traço profundamente realista de Takehiko Inoue é inegavelmente notável e diferenciado com precisão de um retrato falado bem dinâmico.Se o autor conseguiu não estereotipar as 3 características descritas e desenvolvê-las divisivelmente nos três protagonistas respeitando é claro os devidos traços psicológicos iniciais pré-citados a obra adquiriria staus de clássico(Mas sem aquele negócio de pobre coitados aos personagens).O trailer é muito bom,entretanto poderia ser melhor se mais longo.

  2. Considero Real a obra prima do Inoue, certamente (na minha opinião de bosta) ele não acaba por fugir para clichês.Tudo isso se torno mais impressionante se pensar que ele escrevia Real e Vagabond ao mesmo tempo, sendo que Vagabond era lançado em um magazine SEMANAL. Um capítulo, com toda aquela arte de Vagabond era produzido semanalmente, é muito impressionante, não sei nem quando ele tinha tempo pra dormir. Não é a toa que ele teve que entrar em hiatus devido a problemas de saúde, é de matar isso mesmo.

  3. O stress deve tê-lo levado a estafa com tanto perfeccionismo.E se ele tivesse que colorir então..?(Duvido porque quando se precisa tem os coloristas que o fazem).P.S.: Comentei em praticamente tudo entre Omoide Emanon(incluindo o mesmo) até Jabberwock caso lhe interesse em replicar e não o tenha feito.Então se já não o fez e esteja afim reveja os comentários. XP

  4. Estou lendo todos os comentários sem nenhuma exceção, são muito informativos, agradeço muito. Não replico todos pois as vezes não sinto que tenho algo relevante e importante a acrescentar 😛 Não quero ficar no "É isso ai".Mas certamente seus comentários aqui tem me adicionado bastante, fico grato.

  5. Tudo bem!Agradeço o feedback de agora.Não é bom mesmo ficar dando uma "papagaio de pirata" ou com citações banais,compreendo-te.E ainda bem que fizemos progressos,né? :}P.S.: Vesti a carapuça e acho que tem comentado qualquer coisa também no Twitter(o qual não tenho),não é?

  6. Ah sim, até peço pro pessoal retornar aos posts em que acredito que os comentários foram excelente e surtiriam boas discussões.Mesmo a Beta do Elfen Lied venho comentar comigo sobre esse Anônimo que faz ótimos comentários no blog, falou que deve ser o mesmo que faz os comentários no dela XDSó é uma pena que poucos realmente comentem, mas não reclamo disso, criei o blog ciente de que o sue público seria restrito e até fico feliz com isso, dá um ar mais aconchegante eu acho. Quando os blogs tem posts com mais de 100 comentários eu acho que perde a graça, é como jogar uma garrafa com uma mensagem…. em uma mar com garrafas com mensagens. Aqui pelo menos os comentários, ainda mais os seus, servem quase como um completo ao post.

  7. Realmente tenho comentado ultimamente no blog da Beta Blood,mesmo sabendo que ela não costuma dar muitos feedbacks por escrito pelo menos.Percebi que exceto por alguns nomes como Video Quest e Mais de Oito Mil o pessoal não costuma ao visitar deixar um comentário.Acaba sendo um tipo de processo de semear.

  8. Ironicamente também, esses mesmos blogs também dão pouco feedback para os seus leitores. A Mara do Mais de 8mil por exemplo, sei que tem a política de "O que tenho pra falar falo no post", nada menos do que o esperado de mistura de Mamma Bruschetta e José Datena da blogsfera XDVQ ainda comenta em alguns casos, maior interação ocorre mesmo é no twitter.Comentários aqui é o que mais aprecio, depois que criei o blog aprendi a comentar bem mais nos dos outros, e quase que hipocritamente (ha!) não dou feedback em todos os comentários aqui.

  9. Me apaixonei pelo trabalho do Inoue aos poucos, hoje considero uns dos meus favoritos. Também acho Real sua obra prima. É um trabalho que mostra a maturidade do mangaká, dá pra perceber como ele “chegou” em Real lendo as outras obras. Eu gosto muito do ritmo da estória, tudo é feito à seu tempo, aos poucos vamos descobrindo um pouco mais sobre os personagens e entendendo seus dramas. Não tem como não se comover com a estória de cada um. Altamente recomendado!

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