Saint Young Men

Vamos começar a polemizar um pouco?
Sério! Se você se sente ofendido com qualquer tipo de analogia, piada, metáfora, crítica ou banalização relacionada à religião vá ler outro post.
Porque, sendo curto e grosso, Saint Young Men é basicamente isso: uma piada sobre Jesus e Buda.
Como seria o dia-a-dia de Buda e Jesus, encarnados nos corpos de dois jovens, dividindo um apartamento no Japão? Saint Young Men é uma mangá de humor, que trata este cômico “cotidiano” dos dois.
Fui um pouco sério na introdução, mas acredito que mesmo você sendo uma pessoa religiosa, seja possível apreciar com bom humor Saint Young Men. A autora não quer humilhar nem tirar sarro da religião, claro que isso acaba acontecendo de uma forma ou outra, mas o objetivo verdadeiro é satirizar a sociedade e os personagens tentando entendê-la.
Jesus é retratado como um personagem cabeça livre, tranquilo, bom com todos e extremamente consumista. O oposto de Buda que é sério, muito educado, restrito com as leis. Acabada também assumindo a função de controlar Jesus.
Um personagem equilibra perfeitamente o outro, equilíbrio totalmente necessário para tratar assuntos muito sérios da nossa sociedade. Claro que qualquer seriedade é quebrada por uma cena do Buda entrando em Nirvana para não ter medo da montanha-russa.
Caso essa arte e tema esteja te lembrando alguém, você não está enganado a Mangaka de Saint Young Men é Hikaru Nakamura, a mesma autora de Arakawa Under the Bridge, mais conhecido pelo seu anime.
Os capitulos tem um tamanho normal de 16-18 pág. Mas como a a história flui tão suavemente os cap. acabam voando, fica até parecendo que você tá lendo uma tirinhas de jornal mesmo.
Acho que no final das contas, se você tiver um tempinho pra gastar, não tiver medo de entender a piada e esquecer alguns dogmas, você irá adorar este mangá.
Recomendo para quem não tem medo de ir para o inferno: Saint Young Men!!!!

7 comentários

  1. Uma visão cultural/religiosa simpática da sociedade que almeja equilíbrio no contrastes do Zen e do nosso Capitalismo do dia-a-dia.Tocando em pontos de forma irreverente os personagens se afastam do herético e neste "conto" se personificam em dois grandes ídolos sacrossantos das civilizações atuais mais sincretistas que láicas.O que como chamarizes é mais curioso do que poderia se tornar dogmático.Recomendado para um divertimento despretensioso e simultaneamente auto-crítico tal qual como o humor do tipo sátira(muito bem lembrando já aqui no texto do post 'arriba')como daqueles que se vê em Simpsons por exemplo.E em outro tipo de visão contra-indicado se você for algum tipo de "fundamentalista,extremista,radical,ortodoxo etc em qualquer religião. XP

  2. Um dos poucos mangás que comédia que gosto mesmo, acho que Hikaru Nakamura sabe dar aquele tom de crítica que faltam na maioria dos mangás do gênero. Assim como em Arakawa, ela mixa muito bem o non-sense e a crítica de forma a não deixar o leitor nem emburrecido, nem constrangido. Não é um mangá pra se dar gargalhada (se bem que eu nunca encontrei um que me fosse), soltamos um largo sorriso e (as vezes) paramos um pouco pra pensar sobre o tema.Quem tem um artigo interessante sobre outro mangá da autora é o Maximum Cosmo: http://www.interney.net/blogs/maximumcosmo/2011/04/03/mulheres_sao_de_venus/

  3. Acabei de ler a indicação.A garota levou mesmo ao pé da letra aquela teoria das mulheres serem de Vênus e os homens serem de Marte(a parte dos homens ficou por minha conta e a ordem dos fatores também).Suas obras devem se tornar tão leves pela certa despretensão dos personagens em te fazerem rir,eles estão apenas sendo eles mesmos e nós assistindo ao seu "Slice of Life"(Momento Teoria).Não parece te induzir a morrer de vir,é algo como "estampar um sorriso na sua face já está bom".

  4. Hummmm…..é bem por aí mesmo, no caso de Saint Young Men, por exemplo, somos apresentados ao cotidiano de dois jovens dividindo um apartamento em Tokyo…. a única diferença é que eles são Jesus e Buda.É um slice of life comum, adicionado de muito non-sense e uma pitada de crítica social forte, mas imperceptível, acho que essa é a receita pras obras de Hikaru Nakamura.

  5. Vocês acham que a influência oriental tem peso no fato de Buda ser mais certinho que Jesus ?? Não sei se estou falando besteiras, mas são culturas bem diferentes de se comparar, a judaica e a budista. Mas Jesus sempre foi muito sábio em suas palavras, um pouco menos filósofo que Budda, por utilizar-se de metáfora. São dois ícones religiosos que eu admiro muito, pela questão da serenidade e sabedoria. Dê primeira confesso que achei uma sátira uma tanto imparcial em relação a Jesus, por fazê-lo mais humano que Budda. Mas acho que no fim seria mais assim mesmo, justamente pela questão da auto-disciplina mais exercitada, comum na cultura oriental.
    Dê suma acho que com o decorrer dos capítulos apresentados vai suavizando-se a parte de referencias religiosas e começam as piadas mais referentes ao cotidiano e ao dilema de seres divinos viverem como humanos.
    Gostei.

    • Interessante esse seu comentário, nunca tinha parado pra pensar nesse sentido, mas concordo com você. E vou além, se o comportamento certinho e a auto-disciplina em Budda são reflexos do comportamento oriental, então talvez a “humanindade” e o consumismo exagerado em Jesus sejam um contraposto ao comportamento ocidental.

      Seria uma visão um tanto quanto estereotipada, mas que teriam nexo se autora realmente estivesse com o objetivo de lançar uma crítica neste sentido. Interessante…

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